>>> Os becos da alma<<<
Meu coração espartano
Não concebe outro plano
A não ser o da salvação eterna.
Enquanto minha alma hiberna,
Minha escravidão continua-
Sigo atado aos rumores da rua,
Infenso ao grito e choro alheio.
Talvez seja apenas o receio
De que testemuno meu futuro.
Nos becos da alma, não há lugar seguro,
Tudo é selvagem, tudo é floresta.
Um dia, a energia se manifesta,
E explode a raiva pela covardia.
Eu mesmo nunca arriscaria
Atravessar os becos da alma,
Mas quando a maré acalma,
Tudo é lucidez e beleza.
Mantendo a imaginação acesa,
Eu posso atravessar o meu beco,
Encher de vida meu coração seco
E novamente lutar por uma
[utopia antiga,
Mesmo que seja om muita briga.
Quero retomar o que perdi por desleixo!
Nunca mais agradeçarei, mas não me queixo
Do caminho que a frente descortina-
Resta-me aceitar a inequívoca sina,
De sempre dar a vida pelas minhas crenças.
(A debilidade da fé é a mãe de todas as doenças)
(Eder Kamitani) |