Fingindo, finjo a minha dor,
Na dor que outro peito sente
E, enebriada em tua dor,
Choro as dores de toda a gente.
Espasmada, em dores fingidas,
por entre metáforas cingidas,
Fantasio a dor que sinto,
Cantando a dor que tu sentes.
E sinto-a,
sinto-a muito bem,
Dor dorida que é minha, que é tua
Dores sentidas das gentes.
Finge, sente, poeta a fingir
A dor que ele (não) sente
E, no controle das emoções,
Elege o coração
A comandar a sua mente. |