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cronicas-->Carinho, Quem É Que Passa Sem Ele?? -- 16/11/2000 - 05:52 (Mônica Maria C.M.Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Observando as pessoas com quem me relaciono e passando pelo que recebo pela Internet, verifico a gama de mensagens embutidas nos diálogos que ouço (nos chats) e nas conversas nas quais tomo parte. Somos um bando de famintos. Temos uma fome absurda de muita coisa. E nos atiramos à caça do suprimento desta nossa fome a qual, no mais das vezes nem aparece, seja para quem tem seja para quem supre.
Como disse temos fome de muita coisa: amor, justiça, trabalho, conhecimento, carinho, amizade. Nem sempre somos vencedores nesta procura. Muitos de nós procuram a vida inteira sem conseguir, contudo, saciar-se. Muitas vezes, procuramos errado, ou nos lugares incorretos. Outras, mesmo procurando da forma certa, mas com uma urgência cada vez maior, não logramos êxito. Para não citar as vezes que também somos infrutíferos por exclusiva falta de "quorum".
Num outro texto meu "Amar e Afeiçoar", discorro sobre a diferença entre estas duas palavras e tento opinar e mostrar , talvez, um caminho para se sentir bem consigo mesmo. Este estado de espírito, também, está ligado a um tipo de saciedade. Para mim, a mais importante: a da alma. Por isso a procura constante da amizade. Quem tem amigos verdadeiros e sabe cultivar amizade sincera, constante e fiel, dificilmente se sentirá um faminto nesta área. Arrisco-me a dizer que, além disso, uma vez saciada a fome nesta área, as outras se suprem de uma forma progressiva e mais light.
De tanto se falar em amor, acabou-se vulgarizando o termo e tudo e todos são amor. Que beleza!!! Podemos achar o amor em tudo, em todos os lugares. Então pergunto: Por que numa era em que abunda o amor, nos sentimos tão vazios, tão descrentes e tão famintos dele?? Será que não sabemos procurar??? Ou procuramos da forma errada?? Será que somos tão errados, egoístas e maus que ele nunca chegará a ser encontrado, pelo menos por nós??
Da mesma forma, a amizade tornou-se moeda corrente nos chats e mails da vida. E por ser tão usada (a palavra) e por nos permitirmos usar por ela (em nome dela), o seu valor caiu, ou não é percebido. Seguindo o processo, como ela não é percebida, não é posta em prática e acabam faltando coisas inerentes à mesma, tais como: disponibilidade, sinceridade, companheirismo, carinho , aconchego.
Conclusão: como está em falta no mercado das relações interpessoais, a procura da amizade e dos seus correlatos aumentou absurdamente. E, em igual proporção, a fome. Muitas vezes a nossa fome é tanta que barganhamos amizade. Acredite, isto existe. Quase nunca é explícita, mas para conseguirmos carinho (que seria a exteriorização da afeição) agradamos, bajulamos até obtermos nossa resposta, o saciar do que nos come internamente. Mas como não investimos, não demos de nós (só recebemos) a dose precisa ser cada vez mais alta, como um vício. Ocorre que, o lado que dá acaba se esgotando e como a resposta diminui, abandonamos a "amizade" reclamando que não somos compreendidos e fomos injustiçados. Nunca se percebe do que não se deu, apenas se contabiliza o que não se recebeu. E fica-se por aí. Triste.
E por falar em justiça, uma outra fome bem nossa, com um crescente número de indivíduos levantando bandeiras: bandeira dos sem governo, dos sem terra, dos sem casa, de repente, seria bom que alguém levantasse a bandeira dos "sem carinho". Dentre tantas bandeiras, a nossa poderia nem ser original, mas que ia dar pano para manga, isto daria, com certeza!!
Levantar uma bandeira por um carinho descompromissado, sem terceiras intenções. Por um carinho expontàneo, que brote do coração e não da necessidade exclusiva de se suprir. Um carinho honesto, claro e fiel. Para que aprendamos a dar , também, e não apenas a receber. Para que acreditemos que um dia, o carinho bem dirigido e afeição bem alicerçada possa mudar o paràmetros das relações entre as pessoas (virtuais ou não), para que enxerguemos além das palavras, dos gestos. Para que consigamos ler, dentro dos olhos do outro, sinceridade e acessibilidade, não desconfiança e defesas. Enfim, para que consigamos ser gente, gente de verdade. E não apenas um nome, um número no cartão de crédito e no cheque especial.
Dos amigos que tenho, recebo sempre , na forma de carinho, respeito e otimismo, presentes todos os dias. Hoje, recebi um presentão na forma de carinho, de novo. Carinho é coisa seríssima. Ele renova, ele aquece, ele arruma a gente por dentro. Cicatriza as feridas, evita o envelhecimento precoce, reinstala nosso HD de humor, alavanca-nos para mais um dia, neste Planeta tão cheio de "farturas". E é, exatamente , por isto tudo que me empenho a devolver a quem me dá ESTE carinho, o melhor de mim. Ainda é pouco, pelo muito que recebo.
E , por falar em receber, você já recebeu o seu carinho hoje??
Claraluz
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