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Contos-->Quinze anos, uma crianca -- 06/04/2001 - 23:45 (Eduardo Henrique Américo dos Reis) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Desceram o caixão à cova, decorado com uma bela coroa de flores. Num último minuto, ela chorou espalhando por todo o túmulo centenas de pétalas de rosas vermelhas. A flor preferida da melhor amiga, a flor predileta da falecida mãe.
Fecharam a sepultura, os poucos amigos foram embora junto com os curiosos frequentadores de cemitérios. Sentada ao lado da lápide, com uma expressão inconsolável, acariciou o rosto da adorada mãe numa pequena foto velha. E ficou a lembrar de bons momentos ao lado da amiga progenitora. Lembrou-se da primeira vez que saíram juntas e riram quando foram paqueradas por rapazes que perguntavam se eram irmãs. Era uma mulher de beleza invejável.
Dois, três, quatro dias se passaram. A vida, de agora em diante, não seria mais a mesma. A tristeza do acaso, que já levara o pai há seis anos atrás, aguça o sofrimento após a morte da mãe, deixando apenas o padrasto como confrade.
Deitada na sala aos prantos, a pobre garota lutava para aquecer a solidão abraçando uma almofada. Quando, sem nem notar a presença da menina, entrada pela porta da frente o padrasto totalmente embriagado.
Sentou-se numa daquelas poltronas de apenas um lugar, mergulhou o rosto entre as mãos, deixou cair a garrafa de whisky que trazia em punhos e desesperadamente chorou.
A menina, preocupada com o único companheiro ainda vivo, dirigiu-se meio tímida até o homem e acariciou seus cabelos. O homem infeliz levantou o rosto coberto de lágrimas e abraçou a bastarda. “Eu vou cuidar de você! Prometo cuidar de você!”, repetia incansável. “Não se preocupe, nós ainda temos um ao outro”, afirmou a menina tentando ser forte.
Na manhã do dia seguinte, os dois acordaram deitados no mesmo sofazinho onde se abraçaram. Com muita pressa, o padrasto vestiu-se para ir ao trabalho, mas teve o carinho de deixar a garota dormindo. Assim que ela acordou, preparou um ótimo almoço, um verdadeiro banquete.
A pobrezinha achava que a demonstração de amor entre ela e seu falso pai deveria ser grande, afinal eles estavam sós neste mundo perdido dos valores afetivos.
Durante várias semanas ele fazia de tudo para agradá-la, e ela o mesmo. Num fim de tarde chuvoso do mês de Março, o homem chegou do trabalho acompanhado de uma bela mulher. Era uma mulher grande, destas bem bonitas, com seios fartos, pernas bem torneadas e tão bonita quanto a falecida mãe.
Lá estava ela, metida numa pilha de livros quando o casal chegou. “Temos visitas!”, falou inocente. “Mas o que você está fazendo que ainda não preparou o jantar? Vamos logo com isso! Temos visitas!”
Sim, a garota percebeu algo de estranho no padrasto, mas não considerou aquilo importante, pois sabia muito bem das condições estressantes do trabalho daquele homem.
Não se incomodou com a presença de outra, bem pelo contrário. Tratou a mulher com muita educação e serenidade. Sabia que mais dias ou menos dias isso iria acontecer. Conversaram sobre música, moda, homens e tudo mais que as mulheres gostam de falar.
Por volta das vinte e três horas a garota resolveu ir deitar, despediu-se da visita, deu um beijo no pai de consideração e subiu as escadas em direção ao quarto. Abriu um livro destes de cabeceira, colocou os óculos e leu durante uns quarenta minutos.
Assim que retirou os óculos para dormir, ouviu barulhos estranhos vindo da sala, pareciam coisas se arrastando junto com uma voz que falava baixinho. Silenciosa, vestindo uma camisola cor-de-rosa e meias, foi até o início das escadas, mas não conseguia ver nada. O barulho era cada vez mais intenso.
Desceu quatro, cinco, seis degraus e pôde ver o padrasto, totalmente nu, deitado em cima da bela e simpática mulher. Ela parecia estar amarrada nos pulsos e amordaçada. Perecia lutar contra aquilo. Por causa da escuridão, a menina tentou se aproximar mais. A mulher estava deitada de bruços, fazendo movimentos agressivos, mas o homem era muito mais forte que ela.
A garota sabia que estavam transando, mas achou estranha a violência do padrasto. Ele puxava o cabelo dela fazendo movimentos repetitivos e dizendo em voz baixa: “Vagabunda...vagabunda...vagabunda...vagabunda...”
Aquela violência assustou a menina solitária que subiu as escadas correndo, entrou no quarto batendo a porta. Sentou-se na cama toda encolhida, tapou os ouvidos com o travesseiro e ficou em silêncio, sentindo apenas o força da própria respiração.
Gostaria de não ter visto aquilo. Se sentia humilhada, traída, envergonhada e principalmente assustada.
Cerca de dez minutos se passaram e o padrasto bateu em sua porta. Ela levantou-se, deu uma volta da chave e voltou para a cama. “Posso entrar?”, perguntou o homem já dentro do quarto e ainda nu. Sentou ao lado da garota inocente, passou o braço por cima dos ombros dela e disse: “Não era para você ter visto o que viu...me desculpe”. A cada palavra dita, ela tremia mais.
Delicado e sorridente, o falso pai pegou na mão da filha e a conduziu até o seu pênis. A garota não reagiu até o momento que sentiu o hálito forte do homem próximo a sua boca e aquele pedaço de carne cheio de pêlos enrijecer entre seus dedos. Numa situação desesperada, começou a gritar e a espernear na tentativa de ser escutada por alguém.
Conseguiu sair do quarto, chegando no meio das escadas, foi atingida por alguma coisa nas costas. Caiu e rolou até o chão onde se encontrava o corpo daquela linda mulher todo ferido e ainda com as amarras. Ele desceu correndo. E assim que ela tomou consciência da queda nas escadas, sentiu uma pancada muito forte no rosto. Desmaiou.
Durante toda uma madrugada aqueles dois corpos saciaram a solidão de um homem sem controle algum.
Pela manhã, a menina acordou na própria cama. Achou que tudo teria sido um sonho até perceber os dores por todo o corpo e um líquido pastoso e esbranquiçado correndo por seu pescoço. Caminhou com muita dificuldade até o banheiro. As dores no ânus e na vagina eram muito fortes. No espelho observou a gravidade dos ferimentos.
Desceu as escadas e viu o corpo da mulher ainda lá no chão, ao lado do sofá. Lentamente com muitas lágrimas correndo por seu rosto, subiu até o quarto do padrasto, que ainda dormia. Abriu a última gaveta do armário e retirou um revólver de lá. Conferiu o tambor para ver se tinha balas. Voltou para o lado da cama com a arma na mão e, pela última vez, acariciou os cabelos do padrasto.
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