Usina de Letras
Usina de Letras
57 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62282 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50669)

Humor (20040)

Infantil (5457)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6208)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->MORTE-MORTA -- 17/11/2009 - 18:35 (Divina de Jesus Scarpim) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Morrer foi como acender uma luz

Uma luz que ilumina sem cegar

Que não deixa cantinho escuro

Que faz enxergar na frente

Atrás, debaixo

Em cima e acima

Sem segredos



Morrer foi como acender uma luz

De repente, sem dor ou perda

Como despertar da inconsciência

Como descobrir que tudo é tão simples

Tão simples que palavras não explicam

Palavras são complicadas e pobres

Palavras não definem nada

Como poderiam então definir o Tudo?



Morrer foi como acender uma luz

De repente sei tudo, sei mais do que tudo

Sei

Sei sem a barreira da carne

Sei sem a barreira da vida

Sei sem a barreira do tempo

Sei sem a barreira do conhecimento racional

Tão estreito, sinuoso, escuro...

Sei



Morrer foi como acender uma luz

Quando era cega eu sentia pena do pobre e raiva do rico

Cega! Sou o pobre e o rico

Quando era cega eu sentia pena do torturado e ódio do torturador

Cega! Sou o torturado e o torturador

Quando era cega eu sentia pena da caça e aversão ao caçador

Cega! Sou a caça e o caçador

Quando era cega eu sentia a dor do desprezado e mágoa de quem desprezou

Cega! Sou o desprezado e o que desprezou

Sou



Morrer foi como acender uma luz

Quando cega sentia saber um pouco do presente e ignorava o passado

Sou o tempo

Quando cega sentia estar em um único lugar

Sou todos os lugares

Quando cega pensava estar limitada

Por uma pele e cinco sentidos

Não tenho nenhum limite

Sou o infinito



Morrer foi como acender uma luz

Eu que sou infinito brinquei de me dividir

Brincando me tornei cega e me fiz apenas uma parte

Eu que não tenho começo ou fim fui pedaço de acontecimento

Estive em uma pequena parte de mim

Cega



Morrer foi como acender uma luz

Quando era cega eu criei um deus

Eu sou esse deus

Quando era cega eu tinha medo da morte

Que piada! Não há morte

Quando era cega eu tinha medo da dor

Mas se não existe dor

Quando era cega eu pensava que havia uma desconhecida realidade

A realidade sou eu



Morrer foi como acender uma luz

Eu que antes pensava ser uma

Me descobri plural

Eu que não sabia nada

(estava cega)

Das outras partes de mim

Agora sei que sou tudo, sou todos

Sou a que sabia ser

Sou todos os que ignorava

No tempo e além do tempo

Em todos os espaços

Eu sou



Morrer foi como acender uma luz

Viver foi como brincar de esconde-esconde

Ficar encolhida em um canto escuro

Fechar os olhos

Adormecer todos os membros

Perder quase toda a consciência

E ter medo de ser encontrada

E de se encontrar



Morrer foi como acender uma luz!

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui