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Erotico-->Apaixonada (erótico) -- 31/10/2004 - 04:46 (Marcos Lazaro da Silva Bueno) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Adaptação do texto de Nelson Rodrigues (Exercício)

Visitem o meu blog: http://lasar.blog.uol.com.br/

Na noite em que ficou noivo, Jonas toma a mão de Ivete e de maneira apaixonada faz a pergunta:
_ Você gosta de mim?
_ Mas é claro que sim! Porque, você duvida do meu amor? – ele insiste:
_ Não, não duvido, mas quero ter certeza que me ama. Você gosta muito de mim? – Ivete foi definitiva:
_ Muito, demais.
Por um momento ficaram calados, quando de repente, emocionado, ele fala:
_ Eu também te amo, te amo e te amo. – Jonas com a voz embargada para, e logo continua. – Você é tudo pra mim, tudo!
Neste momento, aproxima-se de Ivan, seu irmão mais velho. Inclina-se diante de Ivete e pergunta:
Posso beijara noiva?
Ivete deixou-se beijar na bochecha pelo cunhado, e os olhando, Jonas enfia as mãos no bolso, vira-se para o irmão e diz:
_ Eu sou ou não a pessoa mais feliz do mundo? – Ivan o olhou e respondeu:
_ Claro que você é, meu irmão.

Os dois irmãos saem juntos por volta da meia-noite da casa de Ivete. Eram unidos feitos gêmeos. No carro, a caminho de casa, Jonas feliz diz ao irmão:
_ Ivete é fantástica! – ao lado, já com sono e bocejando, Ivan diz ao irmão:
_ É uma grande mulher.
No dia seguinte, esta Jonas no trabalho, quando toca o celular. Ele atende, era a noiva que chorando o chama:
_ Vem rápido! - atônito e preocupado, Jonas pergunta:
_ Fala, o que aconteceu? O que foi? – ela:
_ Pelo celular eu não posso, só pessoalmente!
_ Mas eu não posso largar o trabalho pela metade, para atender ao seu chamado.
_ É muito importante, preciso falar algo muito serio.
_ Mas querida, eu to trabalhando. Será que não você não pode adiantar o que esta acontecendo, ou eu não posso falar com você mais tarde?
_ Não, é um caso de vida ou morte.
Jonas desligou o celular, deu a desculpa de que alguém em sua família estava passando mal, e voou para a casa da noiva. No caminho ficou pensando alto: “O que está acontecendo Será que ao chegar lá vou encontrar Ivete mais tranqüila?” Ao vê-lo, Ivete levanta agitada, e vai à direção dele, dando-lhe um beijo. Puxa-o e lhe pergunta:
Vamos conversar lá dentro, vamos? – leva-o para uma ante-sala. Sem entender ele segue. Ela fecha a porta e novamente começa a chora:
_ Eu não posso mais casar com você.
_ O que? Como não pode? Que brincadeira é essa?
Ivete assoa o nariz no lenço e diz:
_ Não é brincadeira. Eu gosto de você, mas é que... Como eu vou contar isso?
_ Fala logo, você ta me deixando nervoso.
_ Calma! Assim você me deixa mais nervosa.
_ Então fala!
_ Tá bom. Ai meu Deus! Eu conto. É que eu, bem, eu também gosto de outro homem?
_ O que? – atônito e querendo pular no pescoço de Ivete. – Você esta louca?
Um olha para o rosto do outro e Ivete continua:
_ Nunca pensei que se pudesse gostar de duas pessoas ao mesmo tempo, mas pode-se. Agora eu sei que se pode!

O espanto antecipou-se ao sofrimento. Ele apanha o cigarro e acende. Soprando a fumaça tenta colocar as idéias e os sentimentos no lugar. Levanta-se, anda de um lado para o outro, balançando a cabeça negativamente. De repente ele para diante da noiva:
_ Bem, deixa-me ver se entendi. Você gosta de mim, mas gosta também de outro homem? É isso? - Ivete faz sim com a cabeça, e ele nervoso e esbravejando, começa a lhe xingar, e após continua. – Você ficou louca? Como pode isso? Ou você gosta de mim ou gosta desse... De dois não pode ser.
Ivete esta desesperada, e chorando responde a ele:
_ Pode sim. Hoje eu acho que qualquer mulher pode. – Jonas interrompe.
_ Pera ai! Você não é qualquer uma, você é minha noiva.
_ Não sou qualquer uma, mas posso gostar de dois, três, cinco, duzentos ao mesmo tempo, sei lá.
_ Você é uma puta! – inconformado. - Como pôde?
Ivete não responde e Jonas novamente anda de um lado para o outro, até que ele pergunta:
_ Quem é esse filho da puta?
Apavorada, Ivete recua, encostando-se na parede.
_ Não, tudo menos isso. Isso não! Isso eu não vou responder.

Durante duas horas ele suplicou, balançando-a, apertando-a e ameaçando-a com violência. Ao final desse período, Ivete exausta, resolve contar:
_ É o Ivan.
_ O que? Repete?
_ É o Ivan.
Tomado pelo ódio, Jonas deu um tapa no rosto de Ivete, e começou a xingá-la. Ivete se recupera do tapa, e atraca-se ao noivo que a repele, mas ela insiste e abraçada às pernas de Jonas, repete infantilmente:
_ Ivan sim! Teu irmão!
Jonas perde a cabeça, e em sua fúria chuta Ivete, tentando afastá-la. Com ela no chão pergunta:
Por que entre tantos homens escolheu justo o meu irmão? Porque não me traiu com outro? Por quê?
Ela baixa a cabeça e diz:
_ Eu não te traí, não houve nada. Só houve um beijo, só um beijo! Foi o máximo, eu juro!
_ Mentira!
Jonas se afasta, ela, porém, o segura com energia.
_ Escuta o resto, por favor!
_ Não, eu não quero escutar mais nada. Você, você... – balançando a cabeça negativamente. – Eu tenho nojo de você.
Jonas tenta se afastar, mas Ivete o segura.
_ Eu te amo! Eu não posso viver sem você, mas também não posso viver sem ele.
Jonas desprende-se e antes que ela volte a se garra, afasta-se. No chão, ela mergulha a cabeça entre as mãos e chora ainda mais. Da porta, antes de sair ele diz:
_ Você é doente!
A família de Ivete naquele momento não estava em casa, assim ninguém pôde ouvir nada.

Jonas por dois dias ficou trancado em sua casa. Evitou amigos, conhecidos, sobretudo o irmão. Em sua idéia fixa, ficou repetindo em alto e bom som: “Cínica! Filha da puta!” No terceiro dia, com a barba por fazes, como que por crueldade, marca um encontro com Ivete em um jardim. Ivete aceita o convite e aparece diante da noiva. Ela ao abraçá-la sente o volume do revolver. Jonas respira fundo:
_ Eu tenho três caminhos a escolher: ou mato você, meu irmão, ou me mato. Você escolhe?
Estavam num banco de jardim publico. Atônita Ivete ergue-se. Quase sem conseguir dizer uma palavra:
_ Matar? Morrer?
Senta-se novamente ao lado de Jonas, coloca a mão no braço de Jonas e fora de si pergunta:
É se morrêssemos todos? Eu você e ele? – Pausa, e num delírio diz. – Já que o amor é impossível, que importa a vida pra nós?
Jonas deixa-se contagiar pela idéia. Vira-se e pergunta:
_ Quer morrer comigo? Quer? – Jonas esta falando quase que boca a boca com Ivete, e ela responde:
_ Com você e com seu irmão. Nós três. Eu sei que ele vai querer, eu sei que vai! Morremos os três, juntos.

Mais calmos, combinaram tudo. Jonas arranjou emprestado de um amigo, um apartamento. Escolheu o veneno, enquanto Ivete conversa com Ivan, dando-lhe o endereço e a hora. No dia combinado, encontram-se os três no tal apartamento. Ivete estava besta, como se idéia da morte a deixasse mais bela, mais feliz.
Houve pouquíssimas palavras. Jonas apanhou três copos e foi enchê-los sozinho na cozinha. Voltou pouco depois. Deu a cada um o copo que lhe cabia e ficou com o seu. Com a voz baixa disse:
_ Vamos beber ao mesmo tempo?
Antes Ivete beijou um e outro, chamando-os de “Meu amor!”, e em seguida beberam tudo. Mas aconteceu o seguinte. Jonas e Ivan caíram com as entranhas em chamas, enquanto vete assistia a tudo assombrada e apavorada. Caiu de joelhos junto aos dois, chorando e gritando, pedindo por ajuda e para que eles voltassem.
Passado algumas horas, sem que ninguém viesse lhe ajudar, beijou ardentemente os dois cadáveres, como se ainda estivessem vivos, e voltou para casa.
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