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Contos-->DEIXE DE FUMAR ASSIM... -- 17/01/2009 - 12:31 (Ilário Iéteka) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eu trabalhei com quinze funcionários em uma loja de confecções masculina. O grupo era composto por homens e mulheres, uns casados outros solteiros. Éramos uma família pela convivência e respeito. Sendo gerente tinha que ser o exemplo, mostrar que minha vida foi baseada na moral e bons costumes.

Hoje, viver em uma sociedade de consumo, sem trapacear, sem roubar, ser honesto, ser verdadeiro e integro é difícil. Orgulho-me da educação, da disciplina e organização que tínhamos ali. Eu tinha o costume de fazer reuniões uma vez por mês com os funcionários. Em primeiro, discutíamos problemas da empresa, como reposição de estoque, vendas, comportamentos, respeito com os colegas, dinamismo, capacidade, participação e cooperativismo, para que nossa filial destacasse entre as outras. O que não estava na agenda, como alcoolismo, tabagismo, drogas, mulheres, dinheiro, esposas e filhos, sempre conversávamos para nos ajudar e nos aconselhar mutuamente.

A empresa é uma máquina e nós somos a engrenagem necessária para que o conjunto funcione. Uma parte precisa do outro para crescer e prosperar. Temos que trabalhar em harmonia, sermos honestos e honrados.

Viver em sociedade não é fácil, porque somos diferentes. Muitas vezes nos diferenciamos até mesmo por um vicio. Isso todos têm, uns gostam de cachaça, outros de tabaco, jogos, drogas e por ai vai à lista de opções. Em minha família têm viciados e desordeiros também. Eu mantenho meus princípios, a honestidade em primeiro lugar, orgulho-me disto. Aprendi com a minha mãe, se quer dormir sossegado, controle-se em todos os momentos, um exemplo dela era não gaste mais do que ganha.

Sempre utilizei esse ditado aos meus subordinados. Aconselhei a seguir este caminho para não terem problemas. Nas reuniões falávamos abertamente sobre nossos problemas particulares. Nos fins de semanas, alguns funcionários extrapolavam seus limites, embebedando-se, perdiam dinheiro e causando problemas para seus familiares, chegando ao primeiro dia da semana com desânimo para trabalhar. Com percepção e uma boa conversa, eu conseguia que refletissem sobre o erro que cometiam em seus relacionamentos. Alguns deixaram da bebida alcoólica, aprenderam a economizar, raramente pediam adiantamentos de salários.

O cigarro era um dos problemas sérios que tínhamos na loja. A pobre zeladora vivia brigando e chamando atenção dos fumantes, para não jogarem xepas no vazo sanitário, nas pias, no chão. Aonde menos esperasse, lá estava um toco de cigarro jogado. Foram muitas reclamações, ao ponto da empresa decidir que era proibido fumar dentro da loja. O ambiente ficou limpo. Os fumantes estavam em pânico, queriam saber aonde iriam fumar. Até o banheiro foi vetado. Nós não estávamos obrigando ninguém a parar de fumar, apenas na loja é que não queríamos saber desse vicio, que incomoda os não fumantes.

Eu repetia:
_ Se tiverem vontade de dar uma tragada, vão à rua. Se demorarem o prejuízo é de vocês, porque são comissionados!
Dentre os funcionários, seis eram fumantes. No inicio tiveram dificuldades para se adaptarem ao novo sistema. Dois deixaram de fumar com muito sacrifício e o restante continuou com seu vicio. A gratificação era ver a redução de cinqüenta por cento no cigarro fumado por eles.

A Terezinha que era a moça que trabalhava no caixa da loja. Ela fumava em torno de sessenta cigarros por dia. Um absurdo para a opinião de quem quer ter sempre saúde. Seu serviço não lhe dava descanso, não sobrava tempo para o vicio, via-se obrigada a fumar as escondidas, deixando o cinzeiro cheio de xepas, com um cheiro horrível. Não podia sair na rua, em cada instante para satisfazer seu vicio. Começou a ficar desesperada. Aquela sensação da dependência química estava prejudicando seu trabalho e desejou arrumar um jeito de largar o maldito cigarro. Não sabia como fazer, o vicio a dominava. Todos os métodos que lhe ensinaram não deram resultado. Os drops, filtros, simpatias, não resultou em nenhuma vitória. Ela parava por quinze dias e quando menos esperava, estava com um cigarro na boca, soltando suas deliciosas baforadas, disse-me:

_ Eu estou decidida a tentar mais um sacrifício para derrotar o vicio. O senhor conhece alguma coisa que possa me ajudar?
Eu respondi:
_ Sim, desde que você esteja ciente e decidida. Conheço um sistema que dará certo, uma solução que é genuína. Você vai deixar de fumar com certeza!
Respondeu-me brincando:
_ Desde que não seja morrer, pra isto acontecer!
Nós rimos e continuei:
_ Claro que não? Se você seguir a minha tabela, em menos de seis meses largará o cigarro, com a maior facilidade.
_ O senhor está brincando comigo? O que terei que tomar? É sem remédios?
_ Terezinha, você continuará fumando pelo menos seis meses. Ao vencer este prazo, o cigarro não lhe fará falta. No final desse período de adaptação, você passará a sentir que não foi tão difícil assim e não sofrerá nada por isto, e terá mais saúde.
_ O senhor vai me explicar como farei isto, ou não? Qual é o milagre?
Respondi com convicção, por ter certeza que uma vida sem vícios, é a certeza da saúde prolongada:
_ O milagre está em você!! Se realmente quer ajuda, preste atenção como fazer: primeiro, a disciplina terá que seguir rigorosamente os dados que irei passar...
_ Diga-me logo, estou decidida a começar hoje mesmo o meu sacrifício.
_ Sei que está fumando sessenta cigarros por dia, é verdade, sim? A partir de hoje, fumará apenas quarenta. Essa é a quantidade a ser respeitada por trinta dias. Você vai programar o tempo, terá que controlar o espaço de cigarro em cigarro, do contrário não conseguirá o desejado, respeite e terá um ótimo resultado.

Terezinha sentindo a necessidade de ser livre do seu vicio, e se sentindo apoiada, respondeu:
_ O senhor vai ver que desta vez não fracassarei!

Assim, os trinta dias passaram que ninguém percebeu. Terezinha estava satisfeita, a primeira etapa superada, agora havia o segundo plano. Comecei a explicar:
_ Parabéns pela primeira batalha, mas agora serão trinta cigarros por mês!! Você não poderá exceder esta quantidade se quiser ter sucesso.

A moça conseguiu com facilidade, em pouco tempo diminuiu cinqüenta por cento dos cigarros que fumava. Comentei:
_ Terezinha, nestes dois meses você está indo muito bem, agora vai começar a contagem regressiva. A partir de hoje, poderá fumar apenas vinte cigarros. Sei que é capaz, você esta me surpreendendo, não vá me decepcionar!
_ É claro que não! Estou me sentindo ótima, animada. Já economizei um dinheirinho..
_ Então está tudo bem. Como você esta entusiasmada, chegou à vez de cortarmos menos dez cigarrinhos pelos próximos trinta dias. Olhe, já se foram quatro meses e você continua cumprindo rigorosamente o que prometeu.
- O senhor tem razão. Eu não acreditava que seria capaz de tal façanha.

Perguntou-me se fui fumante, respondi:
_ Graças a Deus não!
_ E como descobriu este sistema?
_ Não descobri... Isto é lógico!! Seria como você fechasse uma torneira aos poucos. Cada giro é menos água e até que chegará um momento, que ela irá parar por completo. O vicio gira como esta torneira. Você é quem controla e saberá como fazer. Agora vamos fechar em cinco cigarros e terá trinta dias para fumá-los. Não poderá furar o esquema. Vamos ver até aonde conseguirá ir. Poderá dividir até em dez, mas não ultrapassar. Se conseguir vencer as batalhas, em pouco tempo estará livre do cigarro e terá vencido a guerra.

Em apenas vinte dias a mais da nossa conversa, Terezinha deixou definitivamente o hábito de fumar. Terezinha uma moça de fibra, trabalhou por mais oito meses em nossa empresa, sem colocar um cigarro na boca. Ela nos provou que determinação nos faz querer conseguir ultrapassar qualquer obstáculo, por pior que seja. Se lutarmos com convicção, venceremos com méritos e esta moça me surpreendeu. Considero-a uma vitoriosa. Sem dúvida alguma, atingiu o seu objetivo. Quando a encontramos, Terezinha diz sorrindo: - Cigarros? só se for de chocolates!!!!
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