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cronicas-->Papel -- 11/10/2005 - 00:47 (joao x.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Acá estou no meu estado morto e mais admirável de ser despejado, tentando escrever palavras soltas e cansadas no espaço em branco do pensamento escuro. Já rabisquei todos os meus segundos de vida, dobrei cada mentira que eu mantive segura sem cortar em duas folhas de tempo todo o meu passado, e acabei amassando todas as minhas esperanças de descascar a porta velha do meu quarto trancado.
E em uma perda de mecanismo respiratório eu quase engoli a camada fina de celulose pálida porque meu sufoco já estava negociando com a minha própria sorte. Rasguei as desigualdades, pois sempre acreditei que jamais devia haver diferenças.
Mas durante todo esse esforço pelo qual eu passei, ainda desejei cometer uma ação irracional que fosse capaz de manchar com tinta vermelha e escura de sangue toda a superfície clara de qualquer ressentimento.
Com um último bocejo, eu picotei qualquer lei mortal que tentasse me impedir de realizar minhas diretrizes existenciais, que eram o "ser" e o "estar" sentindo as veias frágeis da fome se desintegrarem na saliva já seca e suplicando quaisquer quilos de alimento não-perecíveis ao céu, onde eu fosse capaz de me nutrir de ar pesado e urbano - elemento vital e popular em estado de degradação. Escrevi o nome de tua ex-companheira ao vento e recortei cada forma retangular para desenhar tudo o que me fizesse esquecer de que alguém existiu, mas recebi um delírio seco como resposta.
E ao desdobrar em quatro mil partes a esfera da natureza humana, eu marquei com reticências úmidas e geladas o ponto final de uma história, talvez sem muito passado a dizer, sem um presente momentàneo para se felicitar, ou até mesmo, sem futuro vesgo para se planejar.

(João Ximenes Neto)
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