HÁ SEMPRE A ESPERANÇA
(Publicado na Revista Jurídica Consulex 203, de 30 de junho de 2005, e no Escriba, publicação do Sindicato de Escritores do DF, 103, de maio a agosto de 2005)
A sociedade brasileira vive momentos desgastantes e de profunda angústia. A aflição toma conta das pessoas. A imprensa falada e escrita e, agora, também a Internet, só aprenderam a narrar o que de pior há no homem. Faz transparecer que nada mais existe a não ser o inferno de Dante e o bíblico e terrível personagem, Caim, que afrontou Deus, e assassinou impiedosa e covardemente seu irmão Abel, maculando para sempre o ser humano e transmitindo, de geração em geração, esse tormento e o instinto homicida. É nauseante.
A televisão deixou de ser a máquina fascinante que prometia, pretendendo desbancar o cinema. De veículo de cultura e fascínio, transforma-se em tormentosa peça de nonsense. A Internet - o milagre do final do século XX - encurtou as distàncias, aproximou os seres, mas também se constitui no martírio de milhões de pessoas, com as investidas de terríveis criminosos cibernéticos.
Entretanto, pergunta-se: será que o destino das civilizações é o abismo, o infortúnio e o castigo eterno? Será que todos nós estamos fadados a sucumbir, na diabólica fogueira de novo holocausto ou vagar para sempre como míseros e desesperançados vagabundos?
A resposta a essa indagação desesperadora é não! O ser humano tem a capacidade inata de ultrapassar as maiores vicissitudes e, tal qual a fênix lendária, renascer das cinzas, porque dentro do seu frágil corpo vivem o espírito sempiterno e a luz fulgurante do Todo Poderoso.
A provação faz parte da condição humana, como meio de purificação e caminho árduo para atingir-se o aprimoramento espiritual e, talvez, em futuro ainda longínquo, desvendar o mistério que nos envolve a todos, fornecendo, com certeza, a resposta do por quê e para quê estamos na Terra.
Há, pois, sempre esperança, alegria e vontade de viver!
Leon Frejda Szklarowsky
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