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Poesias-->ROADWAY (Manaus) -- 11/01/2010 - 16:44 (Ana Zélia da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
R O A D W A Y. (Manaus)

ALBERTINA C. REGO DE ALBUQUERQUE (em memória)



Lamentei ver-te um dia abandonado.

Tábuas soltas qual peixe fisgado, exangue a perder suas escamas,

Sem mais ninguém te procurar para o festim de um barco a chegar.

Tu que viveste no passado tantas glórias, vibrações estrepitantes ao desembarque de nossos heróis:

Ribeiro Júnior, Álvaro Maia, Getúlio Vargas.



Horas de civismo, tropas desfilando para a guerra de Letícia naves da Marinha, cruzador “Floriano” e a nota alegre e clara do fardamento da Milícia.



Horas de fé!

Congressos eucarísticos.

Palmilharam em procissões sobre teu dorso a plebe e a burguesia, em várias emoções:

Amargura de despedida alguém saindo para muito distante.

Ventura de regresso a alegria de rever seu bem chegando nesse instante.



Horas de civismo

Horas de fé

Horas de angústia.

Horas de prazer, horas de ilusões.

Tudo isso perpassou em teus caminhos.



ROADWAY,

És em simbolismo o próprio centro da cidade pela mística irradiação da saudade.



ROADWAY, como és belo ao pôr-do-sol!

Sobre as águas turvas que te beijam muitos arco-íris se retratam e se embaralham em caracol.



És o primeiro a receber as bênçãos da aurora e o último, ao derradeiro ósculo do dia, a luz indo-se embora na doce languidez da Ave-Maria.



E em noites de luar os marinheiros dos navios grandes, os marinheiros tristes vibram em tuas baladas, as canções do rio-mar e sonham com os longes de seu bem-querer, sorrisos de noivas, lenços em acenos.

De ti partiram estradas de esperança para seringueiros que ao norte buscavam nas florestas, a bonança, e para a juventude que ao sul ia colher o ouro do saber.



De ti ao redor há sempre dulçor

Poesia

Amor.



E em noites escuras há para consolo dos corações fiéis que ainda te acompanham a lenda dos botos encantados e das boiúnas

A sombra de Ajuricaba e o verde talismã de muiraquitã.

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Poema publicado na ANTOLOGIA UBE Nº 02 - Manaus, 30 de julho de 1981

POETAS AO VIVO. 1966 _ 15º ANIVERSÁRIO DA UBE-AM _ 1981

UBE-AM (União brasileira de Escritores- Secção do amazonas)

Coordenação de JAYME PEREIRA e ADRY ARAUJO



Nota – ALBERTINA COSTA REGO DE ALBUQUERQUE, nasceu no Estado do Acre em 08 de agosto de 1918, faleceu em Manaus em 24 de maio de 2006.

Poetisa da Amazônia, contista, romancista, professora de Português, minha amiga, autora do romance MARARI, A PRINCESINHA DOS MANAUS (1972), a Lenda do Taxizeiro (publicada no livro de Renato de Alencar- Quer ser escritor?-1956; CANÇÕES DOS BOSQUES DE MAUÉS, 1960

(Albertina era membro efetivo do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), ACADEMIA BRASIELIRA DE ESTUDOS E PESQUISAS LITERÁRIAS- REVISTA BRASILIA e ACADÊMICA) premiadíssima e com várias outras publicações.

ALBERTINA, partiu deixando um vazio nas letras de minha cidade e no coração de seus filhos e dos amigos que ela amava.

Manaus, 11 de janeiro de 2010. (Ana Zélia)

















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