Eu quero rabiscar meu desejo
numa manhã infinita de céu azul.
Depois, farei versos obscenos,
e os gritarei nas ruas, partindo do norte...
Eu quero não apenas o ázimo pão,
Meu desejo vai mais além...
Quero você deitada, abandonada de si,
esperando, apenas, que eu te erga com força e te faça refém.
Eu quero beber o vinho.
E hei de libertar teus sonhos,
sorvendo a acidez ébria e lúbrica
que corta, como rio, o teu corpo e inunda meu caminho.
Eu quero deitar no chão.
E rápido me levantar, desafiar a gravidade,
das ciências, dos homens e dos manuais.
Eu quero dispor de ti, sem nenhum pudor,
sem medo de te perder, sem, ao menos, saber quem sou,
estando assim, entre eu e você.
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