Não consegue ver claramente, é cego
Pensa gozar a segurança genuína
Mas ao lado do orgulho em seu ego
Aguarda a iminente e atroz ruína
Julga o soberbo ser seu próprio juiz
Em um trono de lisonjas elevado
Maquina seus projetos e os seus ardis
E daí, se o que faz é certo ou errado?
Seguro de si, sempre escapa impune
É ladrão, mentiroso, adúltero, infame
Aos seus comparsas farto se reúne
Inflamado, faz da causa o seu certame
Seu coração está empedernido
Do seu interesse, não vê nada além
Galga seu caminho envaidecido
Por não precisar de mais ninguém
Até quando, oh néscio, farás assim?
Não sabes que és nu, cego e pobre?
Será tarde de mais ao chegar teu fim
Sob o pó da terra que a todos cobre
Rico é aquele que ajunta o tesouro
Que nada no mundo pode destruir
Pois de que vale tanta prata e ouro
Se no meio da jornada, do amor desistir?
Março/2001
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