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Poesias-->Foto e grafia -- 31/01/2010 - 22:21 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) |
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Foto e grafia
Às vezes cansa minha janela
por ter as luzes de toda noite
e nenhum deboche,
e fica muda
quando a cutuco
para ver algo
que fuja aos ritos
normais apitos
da burguesia.
Às vezes canso quando sem ela
converso pouco e escuto muito
também me cansa se falo muito
se não a tenho, se não
a abro.
Preciso disso : de espaço morto.
De espaço morto de comentários
prefiro escuros e sons de carros
quando ela deixa
e enfim eu abro.
Destilo o dia com suas foices
e visto os olhos e fico fria:
janela muda
foto e grafia.
Não tenho lagos cheios de patos :
minha janela
é curta e fria.
Por isso sabe do meu cansaço:
do cruel barulho de vozes tolas
e dos absurdos quentes humanos.
Então retorno e a faço minha:
come meus olhos, janela viva!
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