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Poesias-->O GARIMPEIRO -- 09/02/2010 - 19:54 (Eloi Firmino de Melo) |
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O GARIMPEIRO
(Para Newton Walter, um vencedor)
O amanhecer é sempre
Um desafio
Com a vida a remar
Por ondas tortas.
Que um céu de nuvens
Densas,fumarentas,
Já prenunciam as
Esperanças mortas.
Mas na encosta da serra
Abre o caminho
Garimpando a riqueza
Imprevisível;
A principal ferramenta
Expõe os calos
Quando a bateia
Encontra a mão vazia.
Aquele ouro, as gemas,
As jazidas,
Perderam-se entre
Rochas milenares;
E os instrumentos rotos
Já fraquejam
No curso desse sonho
Inalcançável.
Somente a mão sofrida
Em horas magras
Entre as portas da casa
Faz-se o arrimo.
Parte do sonho, do amor
E da fantasia,
Porção diária
Que alimenta o ninho.
Não vê o sangue azul
Que o Garimpeiro
Tira da terra a sua
Dignidade?
É um vencedor
Que põe troféus de glória
No pódio de emoções
inseparáveis.
De nada servem
Os gestos teatrais
Do sol tapado
Com peneiras caras;
Nem os equívocos lançados
Sobre sobre a lápide,
Feito remorsos
Que chegaram tarde.
A vida inteira ele
Subiu ao palco
Tendo as vestes de
Lázaro sobre o corpo.
Não precisa que brilhe a realeza
No leito escuro do
Final repouso.
Dorme em paz, Garimpeiro!
Tudo passa
Para os tantos que estão
Nesta viagem.
Em breve todos juntos
Abrem espaço
Nessa eternal platéia
De fantasmas.
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