TEU NOME
Eu conheço teu nome.
Posso escrevê-lo à noite.
Posso, até, pronunciá-lo
nas trevas do meu silêncio.
Sinto, sim,
eu sinto o choque polissilábico das letras
maiúsculas que te chamam.
Esquerda... Direita... Esquerda... Direita...
Que os deuses do absurdo
ignorem o tamanho inaudível da minha fé!
E eu, deitado à beira do mar de ontem,
soletrando a palavra AMOR.
Eu não sabia...
Juro: não sabia!
Que o tempo e a distância do que foi dito
manchariam de sangue a fotografia.
Agora, o que restou?
Preto,
branco e vermelho,
escorrem despudoradamente...
Vergonha. Medo. Solidão.
Esperança!
Porque, apesar de tudo:
Eu conheço o teu nome!
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