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Contos-->O criador de suicídios -- 11/04/2001 - 00:04 (Eduardo Henrique Américo dos Reis) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Caros amigos leitores, este conto narra a história real de um dos mais importantes e recém falecido inventor e psiquiatra do mundo, o finlandês Enrik Sigmound. Escreveu Como é fácil viver!, o sexto livro mais vendido em todas as Américas no século passado.
Este livro causou muitas polêmicas devido à maneira como o autor abordou o tema “suicídios na adolescência”, que foi considerado um menu prático para jovens infelizes, segundo o jornal New York Taimes.
Nos últimos dias de sua vida, Enrik Sigmound, residiu em uma casa de recuperação psíquica ao norte do Estado do Maine nos Estados Unidos da América. E é aí que se passa a nossa história.

O único dos cômodos daquele prédio que possuía guardas em tempo integral era o dois oito cinco do corredor sete. No mínimo um segurança e um enfermeiro. Pela pequena janela com grades na porta almofadada, assim como todo o quarto, dois guardas observavam as ações do gênio enlouquecido.
- Ele chegou aqui a três anos atrás. – Dizia o mais experimente – Você tem muita coisa para aprender sobre ele. Precisamos fazer um isolamento perfeito para que ele não tentasse se matar de jeito nenhum.
E lá dentro do cômodo, Enrik Sigmound, um velho baixinho, sem cabelos no tampo da cabeça e muito magro, permanecia na mesma posição de sempre. Sentado no chão com as pernas cruzadas, bem num dos cantos do quarto, com o rosto voltado para a parede.
- Ali, onde ele está, é o que eu chamo de casa. Ele sempre está ali, quando não está gritando e gargalhando pelo quarto e se debatendo nas paredes. Não sei se você consegue ver...aqui, bem aqui neste canto.
Este outro canto, do mesmo lado que a casa de Sigmound, do lado direito (ele achava que o ser humano exercita pouco o lado direto) era a cama do animal de estimação dele, o Goolberg. O único amigo. Um hamster, daqueles de laboratório, que o inventor tentou implantar asas de morcego em suas costas, mas fracassou.
O segurança que não conhecia Enrik ficou curioso sobre as histórias do velho. Então, o companheiro de trabalho contou tudo sobre a vida daquele homem. Avisou que constantemente o psiquiatra maluco poderia ser visto se masturbando por baixo do avental ou introduzindo o dedo violentamente no próprio ânus e falando palavrões, sempre com um sorriso sacana e assustador no rosto.
Sim, era realmente assustador. Era difícil acreditar que aquele velho fraco e próximo ao fim da existência tinha inventado coisas como a cama de lâminas. Feita com uma pequena placa de isopor e várias lâminas de barbear, foi muito utilizada pelos jovens dos anos 90 para cortar os pulsos, o rosto; o que não maioria das vezes só servia para alertar aos pais nada compreensivos a tristeza dos filhos. O velhote tinha o maldito costume de defecar em frente a porta e passar um pouco do excremento na maçaneta, obrigando as pessoas que o aprisionavam a andar e tocar nos seus dejetos.
Outra grande e assassina invenção de Sigmound foi a injeção de cola. Eram necessários apenas um tubo grande de super-cola e uma seringa com agulha grossa para injetar o produto no coração. Sigmound trabalhava suas criações de maneira muito bem pensada e com uma enorme expressão de criatividade.
No final do corredor sete, apareceu um homem todo vestido de branco, um médico. Fez um sinal com a cabeça para os dois seguranças, que nem dizer uma palavra seguiram para outro corredor. O doutor abriu a porta do cômodo do velho, saltou o monte de merda no chão. Sem nenhuma delicadeza, o médico deu dois lutes nas costas do aposentado psiquiatra. Aquele era o único homem para quem Enrik Sigmound não dava um tipo sequer de sorriso.
Parado, com o rosto colado no assoalho, o louco observou, mais uma vez, o doutor tirar as calças e vir em sua direção. Como acontecia todas as noites, o médico responsável por Sigmound o estuprava. Dizia o segurança experiente que a filha daquele homem cheio de ódio cometeu suicídio no ano de 1995, utilizando um dos dezessete tipos de nós publicados em como é Como é fácil viver! Para se enforcar.
O velho inventor e psiquiatra tratava destes assuntos com tanta frieza que também dava receitas de como se matar e não dar trabalho para as pessoas que iriam remover o corpo. Ou quando o caso era apenas chocar, detalhava cada ação dos jovens para espalhar sangue por todo o local.
Ao terminar a ronda dos quartos e corredores vizinhos, os seguranças que voltaram a tomar o posto inicial, viram o médico se afastando no fim do corredor e fechando o botão das calças.
Sentaram em bancos postos junto às paredes, o mais novo observou o cômodo e não notou nada de estranho. Voltaram ao assunto que falavam anteriormente, comentaram a vida do velhote até o amanhecer.
Lá por volta das nove da manhã, o enfermeiro veio trazer os remédios dos pacientes do corredor sete. Ao abrir a porta de Enrik, estranhou o silêncio e a falta de mobilidade do homem. Pulou o monte de merda, retirou um sedativo do bolso e aproximou-se com calma. Olhou para todos os lados do quarto e não percebeu nenhuma irregularidade. Notou que Sigmound tinha dificuldades de respirar.
O velhote caiu de costas cruzando as mãos tremulas sobre o peito, distorcendo-se todo. O enfermeiro ficou assustado ao ver os olhos do velho totalmente esbugalhados, um grande inchaço no pescoço, como se tivesse algo entalado na garganta e muito sangue saindo pela boca. Enrik Sigmound, o gênio da perversidade balbuciou suas últimas palavras nos braços do rapaz: “Desculpe Goolberg! Eu precisava de você!”
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