Sei que chove lá fora.
Algumas pessoas andam nuas, como se nada de diferente houvesse,
hoje, nas lágrima de deus.
Olho, calmamente, a inversão das cores.
Meu arco-íris perdeu a alegria da infância.
Resolvou banhar-me, também, nas loucuras que vêm de cima.
Não conheço partes de mim
Não conheço o todo que deveria haver em mim
Não conheço, ao menos, o sabor desta chuva extemporânea.
Então, experimento. Atevo-me. Saio de casa sem blusas, sem saias,
apenas com meu guarda-chuva rasgado.
De que me adianta tê-lo? De que me adiantaria não tê-lo?
Já que o tenho, repito a idéia alheia...
Nua, descalça e pálida
sinto em cada pingo de água, o frio molhado de viver.
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