Anos passarão para chegar à equidade e, neste século ainda em fraldas, elas têm um passado favorável:as mulheres revolucionaram quase tudo, da relação familiar até às artes
Em muitas civilizações as mulheres mantiveram uma postura reservada dentro do marco social que as estereotipou. Elas, donas de casa e companheiras dos homens, demonstraram ao mundo que sua capacidade ia além. Em um meio machista não tinha cabimento à participação feminina no exercício da cidadania, embora, seu potencial falasse o contrário.
A revolução começou serenamente. Grandes personalidades do sexo feminino começaram a tomar conta do, até então, universo masculino. Muitas mulheres consagraram-se no século passado na vida política, pública e artística. No mundo do cinema nasciam estrelas como Sofia Loren, Greta Garbo, Marilyn Monroe. Anita Malfatti e Tarsila do Amaral sobressaiam nas artes no Brasil e no campo político crescia o carisma de uma “Evita” Perón na Argentina.
Indira Gandhi demonstrou um espírito de liderança admirável. Como primeira ministra procurou fazer o país sair de seu atraso secular arraigado devido a tabus religiosos. Ouvimos a vontade política de uma Violeta Parra com música e poesia. Seu talento e coragem mostraram muitas coisas erradas no regime militar chileno. Tivemos a sorte de apreciar essa luz que foi a Madre Teresa de Calcutá, Prêmio Nobel da Paz em 1979, com sua louvável obra de vida.
A referência de um reflexo de todo um movimento em prol da igualdade de direitos, embora prevaleça atualmente uma desigualdade de gênero, está levando nossa civilização a rumo certo.
Karl Marx afirmou: "A liberdade da mulher é condição fundamental para a libertação de toda a humanidade". É possível destacar o século XX como referência para chegar à emancipação da mulher. Porém, um longo caminho precisa ser percorrido para uma verdadeira igualdade entre homens e mulheres. A mulher brasileira, por exemplo, representava em 1960, quase 18% da mão-de-obra no mercado, já em 1997 pulou para 42%.
A Constituição Federal garante plenamente o princípio da não-discriminação, assim como os direitos políticos da mulher, a igualdade na família e no trabalho, os direitos previdenciários, a proteção à maternidade, a assistência à saúde e o direito a não violência. O Brasil tem uma legislação avançada mas, na prática, as mulheres ainda sofrem o pré-conceito.