Decreto
Alma que serena estás
neste refúgio de paz.
Decreto aqui, agora
Que jamais iremos embora.
O rio escuro sombrio, onde
te fiz mergulhar, depois de
muitas viagens, encontrou
o seu lugar.
É um lago de águas mansas onde
aportam os navios cansados de
viajar.
O nosso é mais bonito.
Prateado, espelhos por todo o lado.
Fluídos luminosos todo o instante
a chegar. Luz decomposta a tecer
uma auréola no lugar.
O luar chega também e já entra sem
bater, é de casa, senta-se à mesa a
comer.
Lita Moniz
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