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Poesias-->A garça branca -- 11/04/2010 - 22:14 (Antonio J. C. Antunes) |
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A garça branca
Antonio J. C. Antunes
A garça como uma flecha
Subiu para o alto do céu
E depois em zig-zag
Desceu por sobre a floresta.
Voou devagar sobre as copas
Tecendo uma rede de curvas
Tirando do manto verde
As energias do sol
Aprendeu com gestos graves o lento passar das árvores:
Na geração de seus ramos, formando as copas suaves;
Movendo tanto as seivas nos seus vasos capilares;
Com os elementos primários, vindos do ar e da terra,
Utilizando a energia das águas e da luz solar.
E bebeu toda a beleza,
todo mistério e harmonia
das formas que elas, juntas,
desenham na natureza
E depois de absorver
todos os gestos da floresta,
furou o chão e com espanto
cavou um túnel bem longo,
roubando todos os segredos
do mutirão de desejos
das terras, águas e seixos
do mundo subterrâneo.
E emergiu lá na frente.
Foi em demanda do sol,
conferir todas certezas
suspeitas e sentimentos
das vibrações que viveu
Esta garça que vadeia,
com verdades e espantos
nas águas da natureza,
virou um ponto de luz
que vejo todos os dias:
Na graúna dos teus olhos,
No balanço de teus seios,
No menear de teu corpo,
No timbre da tua voz,
Nas razões e sentimentos
Que sinto nos teus abraços,
Que amolego em teus cantos.
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