O público pediu (são 7 leitores, mas tudo bem) e o meu, o teu, o nosso U-zine está de volta, em sua sexta edição. Diário da crise, testemunha ocular da lenga-lenga usineira, work in progress, o U-zine, como de resto o site como um todo, parece estar com os dias contados. É breu no fim do túnel. A menos que se chegue a uma redação final para a minuta famosa. A menos que a arte se confunda de uma vez por todas com a vida e o Teatro da Minuta deixe de fazer sentido. Mas, vamos ao que vale ...
1
É assim mesmo. O que se vai fazer? Há quem seja louco pelo saxofone. Cf. "U-zine (5)". Nada que já não tenha lido de passagem, ou perdido, já que isto aqui está que é um hotel barato, de alta rotatividade, não é mesmo?
[P. S.: esta afirmação final causou celeuma, inclusive porque ninguém tinha tanta certeza se era celeuma ou celeúma. Houve até um brincalhão que chegou a afirmar: "celeúma, leu todas".]
2
Sim, meu nome é esse e o endereço de e-mail confere. Sou dos que assina embaixo do que escreve, por estúpido que seja ou absurdo que pareça. E se, em lugar de "lixo", eu tivesse escrito "trash"?
[P. S.: A palavra "lixo" causou polêmica, mas, paradoxalmente, a polêmica, como sói acontecer por aqui, foi luxo só.]
3
Nem todo mundo teve o privilégio de nascer católico, normal, correto, talentoso, carismático e clean ainda por cima (trad.: limpinho limpinho). Mania de querer sanear (sacanear) o site...
[P. S.: Fui escrevendo sem pensar, como se uma força maior guiasse os meus dedos. Só depois, ao ver um companheiro se compadecer de mim, é que me dei conta e disse de mim para comigo: "Puxa, que azarado que eu sou!"]
4
O personagem Korf, do poema de Christian Morgenstern, inventou um tipo de piada de efeito retardado. O leitor começa a rir horas depois, às vezes, na calada da noite, desperta satisfeito feito um bebê mamando no peito.
[P.S.: Esta foi só para mitigar o sofrimento de um leitor que não conseguiu dar uma só risada com a edição anterior.]
5
Darlana, a tua insistência fez com que eu arriscasse um olho no teu rascunho. Literariamente, não há negar, o site vive mesmo a iminência do fim. Ato falho: numa dada passagem, confira, "site" virou "suite".
[P. S.: Não queria ferir Darlana. Pisei em ovos. O leitor não imagina quantas vezes reescrevi este recado.]
6
Pior do que a frase-feita, só mesmo a frase mal feita. Certos autores provam que é possível fazê-las coincidir praticamente o tempo todo. O horror! O horror!
[P. S.: Todo mundo sabe que este "O horror! O horror!" não é meu, é do Joseph Conrad, em livro que inspirou o filme "Apocalipse Now" do Francis Ford Coppola.]
7
Os romances "Cabeça de Negro" e "Cabeça de Papel", duas obras-primas do escritor e jornalista Paulo Francis, são agora relançados. Constatar que foram assustadoramente premonitórios é admitir que não foram lidos a contento, e nem a tempo.
[P. S.: Puxa vida, matei a pau!]
8
Não vou sugerir a leitura de 1500 textos de minha autoria. Mas os voluntaristas de plantão bem que poderiam conferir, de minha autoria, "Para Sardemberg Guabyroba" ( cartas ) e um que outro "Reflexões Usineiras" ( artigos ).
[P. S.: Às vezes, nadando contra a corrente, cagando e andando para o zeitgeist reinante, releio alguns dos meus textos para ver se ainda resistem ao tempo, se carecem de uma que outra correção ortográfica.]
9
O Bussunda manda avisar que o sonho acabou, sim, mas ainda tem brigadeiro, queijadinha, cajuzinho, doce de batata doce e até aquele famoso doce mais doce que o doce de batata doce.
[P. S.: Alguém ficou p. da vida com esta frase do Bussunda.]
10
"Posso não ser responsável pelo que fizeram de mim, mas sou responsável pelo que faço com o que fizeram de mim". Tá? O autor é o filósofo existencialista e ativista político francês Jean Paul SARTRE.
[P. S.: Fiquei na maior dúvida: é Jean Paul ou Jean-Paul, como usam os alemães?]
11
"O mundo é meu esconderijo", diz o personagem-título de "O homem invisível", produzido por Carl Laemmle e dirigido por James Whale em 1933.
[P. S.: Recado escrito depois da leitura de um breve texto de Rodrigo Contreras - onde andará? - sobre o diretor de "Frankenstein" e "A noiva de Frankenstein".]
12
Serelépido e fagueiro, toda vez que faz uso de seus dotes mágicos, arranca da cartola mais um mimoso e saltitante Paulo Coelho.
[P. S.: Fala a verdade, essa frase ficou gracinha gracinha, não é mesmo?]
13
Diante de certos poemas, só posso ficar saudoso do grande Lúcio Jr.: "Hm! Nesse mato tem Paulo Coelho!"
[P. S.: O Lúcio Jr. agora me alimenta por e-mail com suas tantas descobertas e novidades. O site não sabe o que está perdendo, ou melhor, sabe sim.]
14
Ao que vejo, os "egrégeis" [sic, já que essa palavra veio para ficar desse jeito mesmo] bateram em retirada. Vale conferir a tira da Emiliana Sapata, do Adão Iturrusgarai, na Folha.
[P. S.: Impagável a Emiliana Sapata, no alto de um pangaré, cantando: "Um homem pra chamar de seu..."]
15
Só pra me localizar: alguém mais deixou o usina ou voltou? Hoje em dia tudo anda tão rápido, né não? Algumas horas sem passar pelo quadro de avisos e a gente já fica praticamente sem referências.
[P. S.: Isto é muito sério, gente!] |