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Contos-->RETALHOS DE SONHOS -- 16/03/2009 - 10:06 (RÔMULO OLIVEIRA MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

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RETALHOS DE PALAVRAS


Amo a minha família! Há anos atrás o irmão caçula da família me surpreendeu com uma notícia que me deixou muito orgulhoso e feliz -havia passado no dificílimo concurso público para exercer o cargo de Promotor do Distrito Federal e Territórios. É uma profissão em que deverá dominar as Leis,estudar com afinco os processos que lhes são confiados e, certamente, saber usar da palavra escrita e falada junto ao forum naquela Região. De fato isto acontece atualmente e ele exerce a sua função com esmerada proficiência, empregando tão bem o vocabulário específico do Direito quanto às notas musicais que aprendeu a dominar como músico amador, herança de nosso querido pai. Recentemente estive em Brasília para o nascimento de sua filha Mariana. Naquela ocasião tive a oportunidade de conhecer o Ministério Público, onde testemunhei o que já sabia por ouvir dizer – o quanto ele é querido e respeitado pelos seus pares! Agora,para solidificar o convívio harmônico do casal e unir ainda mais as duas famílias, Deus permite que lhe seja entregue uma filha ! Ele que já havia sido abençoado,unindo-se a meiga e inteligente Ana Helena, completa-se com o nascimento da linda e saudável Mariana Horn de Medeiros,exatamente às 11.06 horas,do dia 24 de junho de 2007 . Essa criança obrigou ao nosso herói expor os seus sentimentos mais nobres,quando se mostrou em lágrimas segurando-a no berçário, fazendo aumentar o meu sentimento de orgulho e grande afeição que nutro por esse mano querido ! Mariana é um nome que seria dado a filha que não tive – Maria é o nome de minha mãe e da mãe da Cecília e Ana o nome de nossas avós. No caso, Ana é o nome da mãe e Maria da avó paterna. Lindo nome !
Com o Domingos, outro irmão que também tem luz própria desde pequeno na arte de escrever, não fui pego de surpresa quando do lançamento do seu livro “Sonhos e Pesadelos-Enquanto o Sono Não Vem”. Um livro fácil de saborear com estórias da vida, muitas delas tiradas da sua fecunda imaginação. O estilo do mano é facilmente reconhecido para quem teve,como eu, o privilégio de ler os seus contos. Quando adolescente escrevia o jornal semanal – “O Familiar”, versando sobre assuntos da semana com interesse voltado para fatos ocorridos com a nossa família e amigos. Estudei com ele e sei do seu potencial com as letras. Ele não é reconhecido como autor porque não se dedicou a essa profissão desde tenra idade. Foi obrigado a sustentar a sua numerosa família, trabalhando e estudando arduamente. Foi excelente aluno. Ao contrário da grande maioria das crianças, ele não estudava em casa e não copiava nada durante as aulas ,apenas prestava atenção e fixava o que lhe era transmitido .Infelizmente,esse Domingos está ausente de nosso mundo,em 13 de abril de 2007 Deus o escolheu para ser o Poeta do Céu .
Para não fugir ao objetivo de minha lembrança ,cujo tema central é a Palavra, não vou citar, nessa oportunidade , meus outros irmãos, igualmente queridos e belos.
Existem termos conhecidos mundialmente, como é o caso da palavra Piano, falada e entendida como tal pela maioria se não por todos os seres do nosso planeta; outras apenas em um determinado país; algumas são faladas somente em certas cidades . Existem palavras ou frases que são pronunciadas somente por um grupo de pessoas. Quero me ater aquelas que são entendidas apenas em duas ou no máximo por três pessoas. São esses os termos que me lembro da minha infância junto aos meus familiares e amigos. Certo dia fui procurar estas palavras no dicionário. Encontrei algumas delas, outras não existiam e foram simplesmente inventadas, introduzidas e entendidas por apenas duas pessoas, como é o caso da palavra “escutilidade”. Ela significa um sistema, uma máquina ou uma ação de muita complexidade e de difícil compreensão. Assim,por exemplo, recordo-me de um filme futurista passado no Centrinho de Lucas, cujo protagonista principal era denominado Flash Gordon, cuja tripulação de nave mirabolante por ele comandada navegava pelo universo e visitava diversos planetas. Note-se aqui que nesta época o homem ainda não havia se aventurado ao espaço ! Pois bem, o painel de controle daquele meio de transporte moderníssimo era para o mano e para mim, uma “escutilidade”.
O termo Diamante Negro nos faz lembrar o apelido de um jogador de futebol do passado. Ele da raça negra era considerado uma “pedra preciosa” no brilho de sua arte de jogar bola e “muito duro” na marcação. Estas duas palavras trás a minha memória e sem dúvida à do mano, a marca do chocolate preferido por Elisa Augusta Rodrigues, nossa professora primária na Escola Cardeal Câmara,em Parada de Lucas/RJ. Que saudade !
Na alimentação e na Medicina alternativa se usam cogumelos. Existem aqueles que fazem bem a saúde e outros que são tóxicos, venenosos. No grupo desses últimos estão os chamados “ Bufa de Cão”, termo conhecido por toda a nossa família. Talvez esse nome tenha surgido pelo formato desses cogumelos que nos parece ser a materialização de uma flatulência .Suas manchas escurecidas nos faz lembrar que ele é nocivo a saúde.
Xuxa é uma apresentadora de televisão muito conhecida pelas crianças, mas o termo Xuxá, diz respeito a uma revista em quadrinhos colecionadas por mim e o mano Domingos quando crianças, assim como “O Fantasma”, “Mandrake e outras. Aqui sou levado a sair do tema por uma lembrança daqueles tempos. Uma vez eu dei um soco em um garoto só por que ele não queria trocar conosco as revistas de Xuxá que tinha nas mãos. Após a violência praticada por mim,na presença do Domingos, que até hoje não consigo explicar, uma vez que me considero um ser sensato,não agressivo, houve uma hemorragia nasal e ele sendo asmático, foi obrigado a fazer uso de um tamponamento,o que complicou a sua patologia. Corremos para casa. Não sei no que deu. Como afirmei aquele ato selvagem ficou até hoje sem explicação. Quando criança também não gostava de brigar. A prova disso, é a vez primeira e única da minha vida em que fui obrigado a enfrentar um garoto. Tudo aconteceu na escola primárias onde eu e o mano Domingos estudávamos., Um certo dia, um colega nosso me desacatou e me ameaçou dizendo que iria me esperar lá fora da sala de aula. Não sabia o motivo, como não sei até hoje o que o levou a me desafiar. Fiquei com medo. Ele era mais forte do que eu e do tipo “acostumado a brigar”. Pedi ajuda ao Domingos e ele me disse que o assunto era meu, ele não poderia se meter naquela briga (até hoje também não entendo a atitude do mano) .Certa vez quando perguntado ele me afirmou que também não sabe o porque de se negar a me auxiliar. Durante as aulas, pedia a Deus para travar o relógio, cujos ponteiros insistiam em correr. Cheguei a argumentar com o menino que eu não sabia por que ele queria me bater. Eu não queria confusão. Nada feito. Não fui atendido, o tempo voou e fui o último a deixar a sala. De cabeça baixa, apavorado, atravessei o pátio e quando sai no portão principal, havia uma molecada me esperando, já se formara uma roda e no centro o tal garoto me fazia gestos com as mãos para que eu o enfrentasse. Pensava rápido. Passou por minha mente um plano para correr. Não podia,estava tudo cercado. Notei que o Domingos estava lá e não me deu nenhum apoio naquela disputa de forças.Decidi a enfrentar o problema,talvez lembrando nos ensinamentos do velho pai – de que filho seu não deveria levar desaforos para casa e não poderia chegar em casa surrado. Apavorado, parti ao encontro do meu oponente e para me defender, dei-lhe um soco que pegou na ponta do queixo. Ele caiu desmaiado . Gritos de ovação ! Peguei a maleta preta que carregava e fui para casa. No outro dia não havia mais valentão,graças a Deus ! Ele havia me escutado sim.
Finalmente, recordo-me da existência de muitos outros termos usados em nossa infância, no seio de nossa família,entre amigos e conhecidos. Termos , expressões que são entendidas somente por nós,autores de um retalho de palavras que fez e faz parte de nossa vida !


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