Sou sabedor que tudo tem a expressão da Divindade para acontecer,
mas nesta pequenez de sapiência para entender a perda de quem amamos, talvez, seja a inexpressiva incongruência que meu peito assinala neste momento!
A vida recheada de planos,
sonhos,
prospecções e
alegrias e... de repente... o convite para ocupar outros recantos próximos ao Criador!
Restará a suavidade semeada,
mas o momento não inspira calmaria,
pois quase tudo está negro e
ausente aqui em mim!...
O peso surge em face das palavras não ditas,
das sílabas assinaladas nas confidências,
dos riscos de um destino com tantas décadas de verdade!
Olho o céu - um tanto tímido ostentando o frio que me aquece!
Apalpo o meu rosto numa completa desolação!
O nada se instala neste turbilhão de por ques!
Abro os olhos para o adeus e
confesso que não posso!
Sei que vou gritar a vida toda para não ouvir o seu silêncio!
Sinto que as telas da natureza não terão mais as cores que pintava,
mas haverei de colher as rosas nascidas do seu riso,
da sua paciência,
da esperança sempre a colorir os meus ais!
Siga sob as Benditas mãos do Criador que tudo sabe e tudo vê,
mas a sua luz guiará a minha saudade,
a minha terna lembrança de tudo que foi edificado nas filigranas de um amor inenarrável e
tecido neste imenso universo da minha alma!
©Balsa Melo
18.05.2010
Uberaba-MG