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Poesias-->Delírio -- 20/05/2010 - 00:17 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) |
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Número do Registro de Direito Autoral:131013762610110800 |
Delírio
Queria minha paz de velho
como gangorra ou balanço,
praça,
domingo,
silêncio. Queria,
porque achava que precisava e estava
quase sem nexo.
Algo assim como ter o espaço
dentro das próprias costelas sem precisar pagá-lo.
Você surgiu sem surgir
(eu não sei se estás mesmo
ou
se sou eu que te faço;
valho-me de um pedaço como desenho ou sonho
algo que penduraste aqui
em minha carência exausta)
Eu sei lá se agarrada
como a uma balsa estranha
por causa do naufrágio
que abandonei por pouco...
Naufragar é preciso, sim.
Às vezes me apareces na sala dos espelhos
E eu se corro te vejo
E fico
Quase que... com desejo.
Como saber se é mesmo
este
o delírio certo?
(mesmo que nunca saiba
se for a dois,
é mesmo...)
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