Todo final de ano começam as avaliações do que se fez ou deixou de fazer. O balanço dos inscansáveis sempre aponta débitos. Os mais moderados costumam procurar o equilíbrio, valorizando os créditos, ainda que poucos, para que a balança fuja dos exageros.
Comecei a avaliar há uns dez dias. Centralizei os pensamentos nos créditos. Surgiram alguns, mas ainda fiquei incomodado com os débitos, mesmo por que alguns são antigas reivindicações.
Mas os créditos, em especial foram muitos. Talvez, ainda que seja prematuro me estender no tema, o principal tenha sido participar da primeira turma de Comunicação Social da Faro, uma faculdade de Porto Velho.
Participar de um empreendimento novo é sempre difícil, pois exige a coragem de enfrentar críticas, tropeços, mudança de ritmo, buscar projetos novos, envolver pessoas numa mudança comportamental que pode se desdobrar por todo um território. Já foi assim ao aceitar participar da primeira turma de professores da Escola Estadual Joâo Bento da Costa, em 1997.
A experiência do João Bento acabou sendo valiosa para procurar um vôo maior, o curso superior de Comunicação, apenas um sonho para os profissionais da área no distante ano de 1997.
A Unir conquistou o direito mas não implantou na Capital, só no ano 2002 em Vilhena.
Mas a idéia de lecionar num curso de Comunicação continuou. Profissionais da área buscaram especialização e mestrado e conseguiram ver seu sonho concretizado, na Faro.
E foi difícil trabalhar este primeiro ano. Por toda a conjuntura que envolve a implantação de um novo curso.
Mas valeu. O empenho de professores e alunos ajudou a superar muitas dificuldades, uma delas a ausência de literatura específica na área nas livrarias da cidade, que aos poucos foi mudando para atender aos docentes e dicentes.
Foi difícil sim. Mas valeu. O empenho demonstrado pelos professores e alunos acabou sendo coroado com o Seminário “Do grito a era digital”, inspirado pelo filme 2001- Uma odisséia no espaço, de Stanley Kubrick.
Os alunos corresponderam às expectativas dos professores e o alto nível dos trabalhos promete grandes profissionais para o futuro de Rondônia.
Prá dizer a verdade, não posso traduzir em texto o orgulho de fazer parte do processo. É orgulho mesmo, coisa de Copa do Mundo. Entramos todos na História de Rondônia. Conseguimos. Feliz 2003 a todos os comunicadores do Estado.