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Poesias-->Jardim queimado -- 27/05/2010 - 23:48 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) |
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Jardim queimado
Chuvas
pesadas
arruinaram
as flores.
Linha de prata que tenta
sobreviver
alinha-se
dentro
do estômago
pinçando
meus sonhos.
Não se entende o corpo;
apenas
pode-se deixá-lo argumentar.
As cordas são vocais
as pernas
decididas pelo que se move vem
ou vão
mas as chuvas
apodreceram as flores.
Porque tudo que se inunda demais
talvez morra.
Eu havia dito à minha parte exagerada
que cuidasse do jardim com equilíbrio;
que medisse as palavras
que inundasse
pouco.
Muito pouco.
Mas...
Como evitar que a chuva mande seu brio
e desfaça as pétalas?
É muito difícil inundar
na medida certa.
No corpo não é assim:
as inundações podem ser boas.
O sangue
a água
o soro
a lágrima
o sêmen
a saliva...
Mas no peito
os sentimentos inundados
fazem desastres.
A ansiedade
vira ânsia
a saudade
cisma
e o desejo
uma
grande
náusea.
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