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Poesias-->Instante e ausência -- 01/06/2010 - 20:05 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) |
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Instante e ausência
Junta-se o espaço no lado de dentro
e sucumbem as emoções levianas.
A dúvida do que é pertence ao presente
e o instante glorifica as sensações
como se nada a ser sentido fosse metade
do que sinto.
O espaço prefere permanecer
e a caixa do meu corpo deseja fechar a porta
para tudo.
Não é possível ir à padaria como se nada acontecesse
nem atender o telefone banal e sem graça
com vontade.
As coisas revestem-se de um tule de névoa
com uma lisura assustadora que dá vontade de ignorá-las.
Mas elas puxam pela obrigação, lixando a escada que leva para dentro
até ela sumir:
não se pode então entrar no mundo silencioso de si mesmo
e a solidão no meio do chão cheio de gente é a única a olhar de frente.
Aí fico eu:
como talo de bambu despojado de folhas
a balançar-se com o vento da situação.
A ausência é total;
e nenhum sinal de pássaro afirma que existe o universo!
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