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Poesias-->Lisura -- 14/07/2010 - 22:42 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) |
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Lisura
Minhas listras de zebra
de repente ficaram visíveis e anulei a gana de fama
como homem que não se engana
com gosto
de fel.
Aparadas as unhas
dedos contra a parede
lisa
cortante
sem qualquer sangue
apenas:
ser.
Dói mais do que a dor
a dor
de não ter o galho
pra se prender:
a dor da lisura
sem ponta ou agulha
sem corte bravo
sem fome ardente.
A indiferente
parede lisa
que a mão avisa
sem percorrer:
lúcida e cruel.
Para cortar um doce banal
dolorido
até a alma
a rude estética destas listras
zebra grotesca
que levo em mim.
Ela me expõe
e então
me resgata.
Põe fogo na fama
qualquer que seja: pobre ou oculta.
Ou mesmo insana.
Desmonta o lado da moça amena.
Come da grama.
Me empresta a gana.
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