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Contos-->EU AINDA CUIDO DE VOCÊ -- 31/03/2009 - 21:21 (Jose Araujo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um dia destes meu amigo Marcos me contou que se viu perante uma situação, onde uma pessoa disse à outra, que aquele que cria uma criança é quem deve ser chamado de pai, não aquele que apenas contribuiu para que ela viesse ao mundo.

Ele me disse que pensou naquele momento, o quão verdadeira era aquela afirmação e que ele daria tudo para ter compreendido isto antes, pois não teria feito as pessoas de sua família que ele amava tanto ficarem tristes, inclusive ele mesmo.

Marcos tinha apenas 3 anos de idade quando a mãe dele se casou com aquele que ele conheceu pelo nome de pai e desde então, sua animosidade contra ele foi sempre uma constante, era incrível seu desdém pelo pai, difícil mesmo de se acreditar, especialmente quando se fala de uma criança tão pequena como ele era naquela época.

Aquele que o adotou como filho, tentou sempre ser um bom pai, ele se esforçou muito para tal e em troca, sempre foi tratado com desprezo, sem a menor consideração.

Ele sempre cobria Marcos com muito amor e em troca ele cuspia em sua cara e quando sua mãe o obrigava a chamar seu marido de pai, ele o fazia, mas em seu coração ele sempre se sentiu um órfão, uma criança adotada.

Sua raiva pelo pai cresceu quando eles se mudaram do Bairro de Santana em São Paulo onde viviam cercados de amigos e parentes, para o Bairro de Moema onde não conheciam ninguém.

Marcos me disse que hoje, quando ele reflete a respeito de seu terrível comportamento, lhe dói o coração e ele sente vergonha de si mesmo, porque ele compreende que só porque sua mãe amava aquele homem que ele conheceu como pai, ele fazia tudo para fazer da vida dele um inferno como vingança, porque sempre achou que ele havia lhe roubado o amor de sua mãe.

Ocorre que com tempo ele foi percebendo que seu pai nunca desistiu de demonstrar o amor e que sempre tentou provar de todas as maneiras que tinha por ele.

O estranho, continuou Marcos, é que lentamente ele tinha aprendido a amar aquele homem, mas não sabia como parar com seu péssimo comportamento para com ele e que hoje, é grato a Deus porque eventualmente conseguiu superar esta fase e tratar seu pai como ele merecia, com amor, do mesmo jeito que ele sempre foi tratado por ele.

Marcos comentou também que quando as pessoas descobriam que ele era filho adotivo, sempre lhe perguntavam se sabia quem era seu pai biológico, se ele o conhecia e que sua resposta a todos sempre que sim, que ele conhecia seu pai e vivia com ele.

O pai dele sempre foi um homem que se recusou a espanca-lo, mesmo quando ele assim o merecia, um pai que sempre tratou dele com muitos cuidados, com carinho, com atenção, um pai que o criou até os 20 anos de idade, que o alimentou, que cuidou de sua saúde, sempre tirando um remédio mágico de sua caixa secreta de medicamentos que ficava escondida no alto de um armário, um pai que sempre esteve presente para abraça-lo quando ele precisou chorar, que esteve sempre com ele nas grandes alegrias e tristezas de sua vida.

Um pai que ficava preocupado quando o filho estava atrasado para chegar em casa depois da faculdade, que ficava orgulhoso dele quando trazia seu boletim escolar com boas notas e lhe dava um beijo na testa para dizer com este gesto, o quanto ele o amava e ele sempre foi muito bom para lidar com as situações difíceis pelas quais a família às vezes passava, não deixando seu filho ficar sem o suporte necessário para garantir seus estudos.

Ouvindo tudo aquilo eu soube de coração, que Marcos hoje sente lá no fundo de sua alma, que aquele a quem ele desprezava quando pequeno, sempre foi e sempre será seu pai, seu papai tão querido e que ele daria tudo para voltar no tempo e ter tido mais uma vez a chance de dizer ao seu pai o quanto ele o adorava, o quanto ele o amava e que lhe agradecia do mais profundo de seu ser, por ele não ter desistido de ama-lo e de demonstrar isto quando MArcos era pequeno e mesmo quando ele desistiu de si mesmo em algumas fases de sua juventude.

Mas o que mais me emocionou, foi quando Marcos disse que na mesma noite em que seu querido pai foi chamado por Deus para atravessar a última ponte, ele o ouviu dizer em seus sonhos, com a mesma voz suave de sempre, que não importavam as circunstancias ou a distancia física entre eles, ele estaria lá de cima, sempre cuidando e zelando pelo seu bem estar.

Marcos disse que as ultimas palavras que ouviu em seus sonhos naquela noite após a partida de seu pai, foram aquelas que ficaram gravadas em sua memória e que foram e sempre serão, as que lhe darão forças e confiança para seguir sempre em frente, haja o que houver...

Uma pequena frase dita por seu pai, reafirmando o que ele já havia dito em sonhos naquela mesma noite, mas que mudou vida de Marcos para sempre, porque ele as ouviu com os ouvidos do coração e esta frase foi:

“Marcos meu filho querido, não tema, eu ainda cuido de você”

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