Não temo você.
É, você mesmo: indivíduo hipócrita, polivalente, que se apresenta de
variadas formas, masculino, feminino - um hermafrodita? Ora bajulando, ora apedrejando àqueles colhidos nas malhas perversas tecidas por você com maestria e que, por lhe inspirarem sentimentos contraditórios, são considerados seus oponentes, mais que isso: inimigos.
Seu caso é digno de pena pois sua vida deve ser muitíssimo monótona,
sempre obrigado a posar de bom moço - defensor da moral e dos bons
costumes. Mal sabem, os pobres coitados a quem você engana, que sua
realidade é bem diferente. Você não passa de uma cobrinha saltitante, louca
para pousar de colo em colo e se deliciar com o doce sabor do pecado. Coitadinho.
Sabe que o imagino corroendo-se de inveja diante da coragem daqueles eleitos por você como inimigos? Deve doer observar aí do seu cantinho (sempre escondido), a autenticidade e a garra que impulsionam o indivíduo levando-o a lutar contra a maré. Sua atitude é tentar abatê-lo (a), pois ele ou ela ameaçam sua segurança física e mental; essa pessoa representa um perigo e dos grandes! Daí o ataque, uma questão de sobrevivência para uma mente doentia como a sua. Estou convicta - deve ser muito difícil para você manter a cabeça ereta. É provável que a conserve bem enterrada no pescoço, atemorizado ante a possibilidade de perdê-la. Por certo não lhe é estranha a fantasia de vê-la se desequilibrando e pior: rolando direto para a sarjeta. Que medo, hein?
11/03/04
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