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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->Lula, o agente Boi do DOI-CODI -- 21/11/2013 - 11:53 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Lula - foi informante do DOI-CODI - era o "agente Boi" - isto é : agia dos
dois lados

Um dia essas coisas tinham que aparecer. Foi mais ou menos assim mesmo;
embora todos tenham o rabo preso, ninguém vai botar o sino no pescoço do gato.Ou do
gatuno.
A "esperteza" do Golbery derramou para fora da bacia.
"Sic age ne timeas"  ((("então não tenhas medo")))

Renato Lemos

Você já ouviu falar do "Boi" ? Não me refiro ao boi que vive no pasto,
muitas vezes em manada, e que, abatido nos matadouros proporciona carne para
bifes e churrasco. Este é o boi "marido" da vaca.
Falo de outro "Boi". A carne dele não serve nem para bife nem para
churrasco. É imprópria para consumo. Está toda infestada de vermes e
parasitas que resistem a qualquer tratamento. Até mesmo de veterinários e
médicos cubanos !...
Convém lembrar que há  "vacas" também no caminho e nas andanças desse "Boi",
mas isto é outra história ... E muito bem "cabeluda"!!!...
"Boi" era o nome usado nos tempos do regime militar para esconder a
identidade de um informante. No DOI-CODI, ele era conhecido por  esse nome -
"agente Boi" -  e em público, com sua verdadeira identidade e falação,
procurava ganhar prestígio entre os trabalhadores como líder sindical.

O homem, barbudo e chegado a uma '51', jogava nos dois times. Dava aos
militares informações sobre o que acontecia no meio sindical. Muitos
companheiros saíram de cena, vítimas desse seu trabalho. Quando reunido com
os trabalhadores, tratava de assuntos trabalhistas                 e
sindicais, ao mesmo tempo em que criticava e condenava o regime militar.
Era um pelego a serviço dos militares e usava de todos os recursos no meio
sindical para enganar os trabalhadores. Tirou proveito da confiança que
conquistou entre os trabalhadores à custa de mentiras e esperteza, enquanto
recebia benefícios e vantagens dos militares como pagamento pela sua função
de dedo-duro e agente infiltrado entre os trabalhadores.  Foi assim que ele
cresceu no meio sindical.
Tudo começou quando os militares se empenharam em eliminar o que ainda
restava do populismo getulista depois de 1964. Para conseguir isto, houve um
trabalho de doutrinação executado por intelectuais  da USP, - alguns deles
considerados "esquerdistas" - que, com seus escritos, procuraram
desacreditar o trabalhismo getulista   e desmoralizar antigos líderes, como
Leonel Brizola, Jango Goulart, Almino Afonso e outros.
Para uma ação mais direta no meio sindical, com a finalidade de anular a
influência da CGT - Comando Geral dos Trabalhadores, era necessário alguém
aceito e ouvido pelos trabalhadores. Quem ajudou a encontrar o homem capaz
dessa tarefa foi o empresário Paulo Villares, das Indústrias Villares. Foi
ele a ponte que estabeleceu a ligação entre os militares e aquele que
atuaria como líder sindical e informante conhecido pela alcunha de "Boi".
Ele já havia prestado "favores" a Paulo Villares, que lhe era grato por
isso. Promovera a pedido dele uma greve que as Indústrias Villares
pretendiam usar, depois, - assim aconteceu, - como pretexto para rescindir
um contrato com a COFAP e desta forma evitar prejuizos para a empresa. Ele
foi apresentado ao general Golbery do Couto e Silva num churrasco na casa
dele na Granja do Riacho Fundo.
Como era uma figura sem estudo e cultura, os militares decidiram que ele
deveria ter uma formação à altura, para poder atuar de forma eficiente como
líder sindical. Ele começou como aluno do IADESIL - Instituto Americano de
Desenvolvimento do Sindicalismo Livre, escola de doutrinação que funcionava
em São Paulo, desde 1963, por iniciativa e às custas dos sindicatos
norte-ameri-canos da AFL-CIO.
Em seguida, ele teve viagem e estada pagas pelo regime militar para fazer
curso de sindicalismo nos Estados Unidos, em 1972. Lá recebeu aulas sobre a
matéria, acompanhado de tradutor, na Johns Hopkins University, em Baltimore,
e nos sindicatos norte-americanos, aulas de que  saiu com "diploma" de aluno
bem aproveitado. E tão bem aproveitado que, pela forma como passou a agir
posteriormente, o que se conclui é que aprendeu todo tipo de lições sobre
sindicalismo, até mesmo aquelas que mancham a história de algumas dessas
organizações norte-americanas, controladas por mafiosos e exploradas por
espertalhões e bandidos. Nomes como Jimmy Hoffa, Bugsy Siegel e Lucky
Luciano, entre outros, fazem parte dessa história, muito bem retratada em
filmes como Sindicato de Ladrões.
De volta ao Brasil, pôs em prática tudo que aprendera. O lícito e o ilícito.
Depois de perder  um dedinho - sabe-se lá como !... -  quando ainda estava
na Villares, parou de trabalhar, e desde então nunca mais se interessou pelo
assunto. Desta forma, com a vida garantida, ficou com tempo livre para atuar
entre os trabalhadores e passar horas nos botecos, onde se distraía com
generosas doses de '51'.
Nas reuniões, fazia circular várias idéias e propostas entre os
trabalhadores e acompanhava com  atenção a reação deles, passando a defender
a que parecia ter apoio da maioria. Foi assim, à custa deste e de outros
recursos, que não excluem a fraude e a mentira, que ele conquistou a
simpatia e confiança dos trabalhadores.
Como torneiro, quando ainda trabalhava, filiou-se ao Sindicato dos
Metalúrgicos, em  que ocupou cargos importantes até  se tornar seu
presidente em 1975. Nesta época estava em vigor o AI-5. Por isso muitos
asseguram que sua ligação com os militares foi decisiva para ele chegar à
presidência do sindicato. Eles têm razão. Todos os sindicatos estavam sob
intervenção e ninguém assumiria a presidência, principalmente de um
sindicato tão importante como o dos Metalúgicos, sem aprovação dos
militares.
  Nesta época, ele dividia o tempo como líder sindical e informante do
DOI-CODI. Sem dispensar, naturalmente,  os botecos ... Sua atividade como
lider e dirigente sindical era conhecida de todos os trabalhadores, mas a de
informante, apenas da cúpula do DOI-CODI, ou, mais exatamente, do então
delegado do DOPS, Romeu Tuma. Muitos tentaram obter do antigo delegado dados
esclarece-dores sobre o informante, mas Tuma , quando senador da República,
sempre se mostrou evasivo a respeito do assunto e acabou levando para o
túmulo as informações que ajudariam a delinear um perfil bem acabado do
"agente Boi". Foi uma pena os trabalhadores não terem sabido desses fatos
naquela época. O "Boi" teria morrido de inanição e desaparecido, como resto
descartável, jogado no lixo da História !...

Em 1980 ele foi preso. Foi um acontecimento que causou surpresa, pois nessa
época já gozava de prestígio como líder sindical. Muitos estranharam isto e
perguntavam por que ele havia sido poupado durante as agitações e
manifestações dos anos anteriores, quando ainda estava em vigor o AI-5. Pelo
que aconteceu depois, a prisão parece ter sido uma manobra para chamar a
atenção e colocá-lo em evidência. Na prisão, o "Boi" foi tratado a
pão-de-ló. Enganou o público com uma greve de fome sabidamente furada e
gozou de regalias de que não desfrutavam os demais presos, tudo graças ao
delegado Romeu Tuma.
O resultado do período em que esteve preso é conhecido. Ganhou a auréola de
"mártir da ditadura", que lhe foi conferida por amigos, mas, para Leonel
Brizola, conhecedor do que escondia o nome "Boi", ele não passava de "filho
da ditadura"  Com os civis de volta ao poder, fez-se passar por  perseguido
político, vítima do antigo regime, e isto lhe rendeu, mais tarde, uma gorda
indenização coroada com aposentadoria vitalícia isenta de imposto de renda.
Atualmente recebe mais de R$ 6.000,00 (seis mil reais) mensalmente.
Aposentadoria por vagabundagem, se comparada com a de qualquer trabalhador
depois de 40 anos de serviço.
Aconselhado e apoiado pelo general Golbery, dentro daquela mesma linha
antigetulista, liderou a criação de um partido político a que deu o nome dos
trabalhadores. Assim, com o fim do regime militar, deixou de ser o "agente
Boi", um título e função que ficaram para trás como parte do passado,
perdidos nas sombras e ignorados pelos trabalhadores. Desde então o que se
viu foi um homem membro de um sindicato  transformado em líder político, com
os piores vícios que podem manchar um político. Um político da pior espécie,
sem princí-pios morais e éticos,  mentiroso, ardiloso, trapaceiro,
desonesto, corrupto, oportunista, que usa as pessoas para  chegar ao poder,
para "subir sem se elevar", que trai os amigos para salvar a própria pele.
Em resumo, um político que se conduz pelo princípio segundo o qual o fim
justifica os meios. A continuação dessa história é o que o Brasil,
infelizmente, está vivendo desde 2003 !!!...

 

Leia o livro de Olavo de Carvalho

“O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota”

 

Leia os textos de Félix Maier acessando:

Mídia Sem Máscara - http://www.midiasemmascara.org/colunistas/10217-felix-maier.html

Piracema - Nadando contra a corrente (textos mais antigos) - http://felixmaier.blogspot.com/

Piracema II - Nadando contra a corrente (textos mais recentes) – http://felixmaier1950.blogspot.com/

  

Leia as últimas postagens de Félix Maier em Usina de Letras clicando em

http://www.usinadeletras.com.br/exibelotextoautor.php?user=FSFVIGHM

 

Para conhecer a história do terrorismo  no Brasil, acesse 

http://wikiterrorismobrasil.blogspot.com.br/

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