O Louco
Um colega, quartanista de Medicina, foi atender uma ocorrência e, ao chegar ao endereço indicado, foi recebido pelos familiares do doente. Atenciosos, mostraram o quarto onde se encontrava o paciente e continuaram a assistir à novela da TV.
O Doutor, delicadamente, abriu a porta e, sem esperar, levou uma paulada na cabeça. O doente era um louco furioso e estava atrás da porta esperando o primeiro que aparecesse. O Doutor, grogue e ensangüentado, após receber a cacetada, ficou possuído por uma fúria incontrolável, tornando-se um louco mais louco do que o próprio louco. O enfermeiro que acompanhava o Doutor também ficou contaminado pela loucura generalizada.
Ato contínuo, o Doutor, o enfermeiro e o paciente, todos loucos, não se sabendo quem estava pior, se atracaram numa luta violenta e, após uns 30 minutos, conseguiram imobilizar o verdadeiro louco, aplicando-lhe um sonífero na veia.
Ao término do tranqüilo atendimento, como castigo pela irresponsabilidade dos familiares do louco, a casa, que inicialmente apresentava três quartos, ficou com apenas dois, pela destruição total de um.
O verdadeiro louco, já colocado dentro de uma camisa-de-força, foi encaminhado para o hospício, e o Doutor, com uma pequena brecha na cabeça, recebeu 30 pontos no couro cabeludo, como conseqüência da leve pancada recebida.
|