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Contos-->PRECISAMOS SER "PURRADOS" -- 06/04/2009 - 20:39 (Jose Araujo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Lembro-me de que quando era pequeno, tinha alguns gatos em minha casa e eu adorava todos os bichanos, tinha verdadeira paixão pelos animaizinhos e sempre soube diferenciar as personalidades de cada um, pois ao contrário do que afirmam os entendidos, os bichos também tem personalidades que os diferenciam dos outros de uma mesma espécie.

Eu tinha uma gatinha que se chamava Dolly, que eu criei em minha casa, pois a encontrei doente e abandonada no meio do mato quando ainda era muito pequenininha, cuidei dela até e ela ficar forte e com saude.

Ela era uma gata muito especial, pois pelo fato de ter tido toda a atenção e carinho desde bebe ela era o xodó de todos em minha casa.

Ela me ensinou muito com seu comportamento, aprendi que nós humanos temos uma coisa muito importante em comum com os gatos, o que é um fato indiscutível, que vou lhes revelar agora:

Pelo menos uma vez ao dia, nossa querida Dolly se chegava a um de nós de um jeito, como se tivéssemos obrigação de compreender que tínhamos que atender a algum tipo de pedido especial dela.

Certamente, não significava que ela quisesse ser alimentada, ou que a deixássemos sair para fora de casa abrindo a porta para ela, ou qualquer coisa comum relacionadas às necessidades normais de um gato.

A necessidade da Dolly era algo totalmente diferente.

Se a gente estivesse com um colinho de fácil acesso, ela pulava nele, se não, ela ficava parada nos olhando, esperando o momento certo para ter um colinho quente para ela se deitar e lá ficar por algum tempo, aproveitando e curtindo o calorzinho agradável de nossos corpos.

Uma vez em nosso colo, assim que ela se ajeitava, seu corpinho começava a vibrar, mesmo antes que a gente passasse a mão em suas costinhas, dizendo como ela era uma boa menina e quando finalmente nossa mão a tocava, ela começava a ronronar, parecia até um motorzinho funcionando após a ignição, fazendo um ronco baixinho e logo este ronronar se tornava fora de controle e ela deixava escapar um “purr”, porque ela não se agüentava mais tanto prazer pelo momento tão esperado e ai então ela nos olhava com seus olhos de adoração bem abertos e nos dava uma lenta e irresistível piscada de credibilidade e confiança característica dos gatos, quando se sentem seguros e protegidos com seus donos.

Depois de algum tempo, pouco a pouco ela se aquietava e se ela sentisse que estava tudo bem se ela ficasse em nossos colos, ela permanecia lá para uma soneca, se não, ela se lavantava devagar, descia de nossos colos e ia cuidar de seus negócios, mas de qualquer jeito ela ficava visivelmente em estado de deleite por ter nosso carinho e atenção.

Quando ela se aproximava de minha irmãzinha desta forma, ela costumava dizer que a Dolly precisava ser “purrada”, o que eu compreendia de forma ampla, mesmo dito com a voz da inocência de uma criança e eu sabia que todo mundo em minha casa, de vez em quando tinha a mesma necessidade de nossa gatinha, pois não há ser humano que não precise de amor, carinho e atenção.

Eu cresci, e com o tempo fui identificando esta necessidade nas crianças com muita intensidade, pois elas demonstram claramente quando precisam de um colinho, um carinho, uma mão para segurar.

Nos adultos, de todas as idades, percebi ao longo dos anos uma profunda carência afetiva, que geralmente leva à depressão, ansiedade, sempre surtindo resultados negativos, que afetam a vida de todas as pessoas próximas.

Se eu tivesse 3 pedidos para serem atendidos pelo Gênio da Lâmpada, eu diria a ele que gostaria que me concedesse apenas um, eu iria querer que todos os seres humanos, em qualquer parte do mundo, pudessem, pelo menos uma vez ao dia serem “purrados” por alguem.

Tenho certeza de o mal da solidão que assola a humanidade, gradativamente deixaria de existir e em seu lugar, se instalariam a auto confiança, o amor próprio e pelos nossos semelhantes e o reultado disto seria vidas balanceadas emocionalmente.

Porém, isto só seria mesmo possível, se cada um de nós fizesse exatamente como fazia a minha gatinha quando precisava ser “purrada” como dizia minha irmãzinha, pois ela se chegava a nós e nos fazia entender qual era sua maior necessidade no momento e com prazer nós atendíamos ao seu pedido feito de forma tão natural e espontânea, nós lhe dávamos amor, carinho, atenção e confiança.

Todos nós precisamos de um colinho de vez em quando, precisamos de amor, de carinho, de atenção e confiança, mas é comum não demonstramos isto aos que nos rodeiam, muitas vezes por preconceitos sem razão de ser e nos privamos do prazer inigualável do contato físico e emocional como as outras pessoas.

Devemos nos lembrar de prestar mais atenção nas outras pessoas e identificar do que elas estão necessitadas, pois elas podem estar querendo nos dizer como e quando elas estão precisando ser “purradas” e devemos fazer o mesmo quando precisarmos, pois se não demonstrarmos ou dissermos, dificilmente as outras pessoas vão saber.

O que há em comum entre nós e os gatos, é simplesmente a chave de tudo. É o segredo de nossa saude mental e emocional De vivermos bem e com mais energia para superar os problemas que possam surgir pelo caminho. É a nossa necessidade interior, constante e infinita, de em alguns momentos na vida, sermos “purrados” por alguém...

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