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Cronicas-->RETORNO AO PASSADO -- 27/01/2006 - 17:10 (JOÃO BOSCO LOMONACO MENDES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Retornei.
É sempre bom retornar.
O retorno nos lembra, na maioria das vezes, as coisas boas que enriqueceram nossas vidas. As menos boas, embora, talvez, possam trazer lembranças dispensáveis, contudo, são degraus sobre os quais alçamos mais alto, em nossos propósitos de sermos melhores.
Retornei a Fortaleza. Minha terra natal. Onde vivi lembranças de minha infància. E início de juventude.
"Popota"... Apelido que recebi quando entrei na Escola Apostólica de Antonio Bezerra, aos onze anos de idade. Foi Gilberto - atualmente em S. Paulo - que mo pregou nas costas. Por causa do porte físico de meu pai. Baixo e mais gordo que o necessário. Muito conhecido em Fortaleza. Locutor de programa semanal de música erudita na Ceará Rádio Clube - PRE-9. Primeiro locutor religioso do Brasil. Implantou desde o Nordeste, a difusão de missas e Semanas Santas pelas ondas de rádio. De Congressos Eucarísticos Nacionais e Internacionais.
Professor de latim e filosofia no Colégio da Imaculada Conceição.
Jornalista de Cronicas diárias no jornal O NORDESTE. Diário vespertino da Arquidiocese. Articulista diário. Tenho todos os seus artigos recortados em papel jornal. Muita história debulhada em cada uma delas. Durante quase três lustros. Estilo leve e cheio de truques linguísticos. A sua cara. Acessivelmente intelectual. Claro e engraçado, quando a oportunidade o permitia. Filósofo, quando a profundidade do raciocínio o exigia. Era o DE BUBUIA do A.M. (Audfiax Mendes).
Paraense de Abaetetuba. Cearense de coração. Radicado em Fortaleza desde a década de 20.
19 de janeiro. Seu centenário de nascimento. 2005.
A Inspetora Didina, sua esposa, com 94 anos, comemorou. Na Igreja do Pequeno Grande.
Estávamos os três irmãos. Teresa e Celina, ex-alunas do Colégio. E do Professor e pai. E eu. Com uma das netas do Professor e Jornalista. Minha filha mais velha, a Danielle. Carregando, à tira-colo, sua bisnetinha. De três meses.
Missa comum. De valor infinito. Presentes várias ex-alunas e amigos do jubilado.
Cumprimento da Paz. Alguém bate em meu ombro. "A Paz de Cristo". Eu retribuo. Com reverência . E com a "modéstia de vista" que aprendi no noviciado dos lazaristas em Pretópolis.
"Olha nos meus olhos!". Olhei. Olhar familiar. Sorridente na seriedade do rosto. Quase debochado. Olhei. Sorri. E seu dono voltou ao lugar. Três bancos atrás de mim. À minha esquerda.
Danielle acabara de cantar a Ave Maria do Roberto Carlos. Em homenagem ao avó. De quem guarda maravilhosos momentos na memória. A missa terminara.
Corro ao encontro do personagem que me tocou no íntimo.
Cabelos rareantes e brancos. Enfeitando uma cabeça de testa larga e tez morena. Bigode de comandante de navio pirata dos oceanos. Seu olhar muito conhecido.
Minha memória ficou a mil. Tentando relembrar os colegas das décadas de 40 e 50. Depois de quase vinte minutos de lembranças e relembranças de minha infanto-juventude no Barro Vermelho, consigo ver nele o dono da mais franca e debochada risada que enfeitou nossa amizade. Tocava muito bem - auto didata - a gaita de boca. Disputava o bem tocar com o Gerson. Sim. Com o conhecido deputado paraense. Nosso colega de infància. O Gerson Peres. Tinha uma voz empostada e gostosa de ser ouvida. Morava no Boqueirão da Arara. Conhecem? Lá onde começava o horizonte. Depois de Caucaia. Rumo ao sertão do Riacho da Sela. Onde meu coração aprendeu a vibrar diferente.
Popota. Ele me lembrou meu apelido de infància. E muitos amigos de então. Vivos. Mortos. E quase mortos. Com seus apelidos. Carlos Foicinha. Languda. Nego Onça. Cabeção. Baiano. Codó (hoje bispo). Enfim. Rimos muito.
Foi bom ter encontrado o professor de grego e de português do CEFET de Fortaleza.
O Professor Manuel do Vale Crisóstomo, o Manéu, me proporcionou um gostoso retorno ao passado.


BMENDES
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