Usina de Letras
Usina de Letras
128 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62182 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22532)

Discursos (3238)

Ensaios - (10351)

Erótico (13567)

Frases (50584)

Humor (20028)

Infantil (5425)

Infanto Juvenil (4757)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6184)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Erotico-->O DRAGÃO DA INDEPENDÊNCIA -- 03/01/2005 - 23:56 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O DRAGÃO DA INDEPENDÊNCIA

Fernando Zocca



A bichona que pregava aos quatro cantos: "Temos de entrar num círculo virtuoso" olhou para a pele do seu braço e considerou serem positivos, eficazes e perenes os tratamentos que fizera para mudar de cor.
Ele nascera negro, mas considerava ser a cor branca mais condizente com o sucesso desejado aos seus planos.
Trama, no seu Monza velho, trafegava pela cidade cantando a paródia, que criara para o hino da sua querida urbe. Ele solfejava: "Tupinambica das Linhas/ que eu adoro tanto/ cheia de bosta por todo canto... "
Com aquele casamento arranjado, os adversários deixariam de martelar na tecla de que era uma bichona sentadeira, malvada e cheia de tesão por garotinhos dos cursos preparatórios.
Jarbas, o caquético testudo, antes da posse como prefeito, mandou fazer uma escada daquelas bem toscas. Ele desejava usa-la numa construção do quarto que mandaria fazer lá na casa da vovó Bim Latem, mãe do Trama.
O testudo precisava reformar o imóvel, visto que esse seu amigo pederasta e companheiro de seita, não perdia o vezo de mostrar, aquele seu micro-pinto para crianças imberbes. A tal da reforma, não passava de uma simpatia, que todos desejavam ver vitoriosa.
A última vez que o Trama aprontou uma dessas, deu uma revolta dos infernos. O irmão da vítima era banqueiro de bicho, e sob o tema da corrupção ativa, marcou no seu caderninho, o nome de guardas civis a fim de que, pelo dinheiro, levassem o Trama ao sanatório.
Tupinambica das Linhas era o trecho do universo que continha a maior quantidade de loucos, por metro quadrado, jamais vista em outra região do universo.
Havia muitas putas, e veados. A degenerescência mental fazia ex-ferroviários alcoólatras, perseguirem com facas enormes na mão, suas mulheres, tentando mata-las.
Muitos banqueiros do bicho, apontadores e funcionários das companhias de estrada de ferro da extinta RFFTL (Rede Federal de Ferrovias Tupinambica das Linhas) ficaram loucos. E buscando minimizar seus problemas, tentaram ler as obras do Kardec. Mas havia questões quase intransponíveis para a compreensão dos textos, primeiro: eram analfabetos funcionais, não entendiam bulufas. Segundo: o senhor Allan estava ruim dos cornos quando afixou aquelas mal traçadas linhas. Resultado, tanto o velho pançudo (macumbeiro) como o banqueiro do bicho, foram parar nos hospitais psiquiátricos onde o bicho tinha uma só cabeça.
Depois da primeira internação Trama dizia: "Eu estou em você, mas você, não está em mim". Trama gostava de contar também: "Havia uma bicha gabiru - chamavam-na gabi - feliz por poder varrer o jardim do manicômio, todas as manhãs. Trama soube, que o enfermeiro, pago pelo delegado, para judiar de um exibido,"empurrava o feijão da janta" do veadinho gabiru, todas as tardes, depois do expediente.
Segundo Trama, quando o enfermeiro deixava na mesa do ambulatório o bilhete: "Ö fiofó no cafofo" seus colegas já sabiam para onde ele se mandara. Trama dizia ser o Gabi conhecido, lá no hospital, como o veado negro da família.
Terremoto, maremoto? Ora minha amiga, a senhora ainda não viu Trama irado! Ele tinha poderes terríveis. Um deles era o de escrever discursos de posse e justificativas de dessapossamento. Dizem que os seus Post Scriptum eram memoráveis, fenomenais.
Quando Trama, a bichona descorada e branqüela, desejava por exemplo, fazer maldade, dava logo um churrasco para a vítima. Ele era foda. Se tivesse a intenção de mandar alguém pro sanatório, planejava coisas que até Deus duvidava.
Alguns diziam ter o Trama, bom coração. Mas ainda preso ao passado, o boiola sentia pena de um deficiente físico, usuário de perna mecânica, que sempre passava defronte sua casa, pilotando um Cadilac vermelho. Por causa da idade, o melancólico, ainda amante das músicas da Jovem Guarda, confundia ó velha! com ovelha.
Em Tupinambica das Linhas havia o museu da água. Por influência espiritual do Trama, o novo prefeito testudo, criaria o da pinga. A cultura, minha amiga, lá em Tupinambica das Linhas, ainda estava na idade da pedra.
Quase ninguém concordava com a assertiva: "Trama com o seu PS de Bunda, só podia mesmo ser essa bosta, que sempre foi". Eu discordava plenamente.


Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui