Há algum tempo atrás eu estava sentado à beira do caminho, olhando as pessoas irem e virem, cada uma no seu mundo:
Umas conversavam, outras choravam, outras riam, outras lamentavam, outras bendiziam e cada uma do seu jeito se mostrava.
Algumas pessoas me viam sentado e falavam comigo, outras paravam de caminhar só para me olhar, enquanto outras paravam para me criticar.
Sentado ali durante muito tempo fiquei sozinho no meu mundo sem entender o porquê daquelas pessoas se incomodarem comigo, mas estar sentado também era bom, pois algumas me amavam como eu era e como eu agia.
Muitas me convidaram a caminhar um pouco naquele caminho e é claro que cada uma tinha o seu jeito especial de ser. Outras tentavam me convencer de quê eu continuasse ali sentado.
Eram tantas estórias que em um dia calmo, quando não tinha ninguém por perto, levantei-me e caminhei por aquele caminho.
Descobri um outro mundo, um mundo que apesar de triste e doloroso era repleto de felicidades e maravilhas que nenhuma palavra pode descrever.
Um dia olhei pra trás e lembrei-me de tudo o que vivi e não senti saudades de estar sentado à beira do caminho , olhei para o lado e vi uma multidão que me acompanhava os passos e entendi o porquê de encontrar tão poucas pessoas quando comecei a caminhar naquele caminho. Elas esperavam que eu me encontrasse naquele caminho para que elas pudessem me acompanhar e me proteger aonde quer que eu fosse, pois eu tinha conquistado o meu caminho e elas o delas.
E já não havia medos, receios e/ou disputas naquele caminho, pois cada um enxergava claramente seu papel, suas possibilidades e o seu devido lugar, tornando todas as barreiras do seu mundo e dos mundos dos outros transponíveis e acessíveis pelo simples prazer de sermos nós mesmos em todas as situações e não violarmos o mundo do outro, mas de pedirmos a permissão para entrar nele.
E ali junto àquela multidão vi o infinito e senti vontade de ir ao seu encontro.
Dei um salto e alcei vôo em direção ao infinito, tive vontade de olhar para trás, mas os aplausos alegres daqueles que ficaram, tornaram-me mais forte e voei de encontro ao meu destino: o infinito.
Nada mais me afligia e tudo me felicitava no meu vôo infinito rumo ao infinito.
Que a minha história sirva de inspiração a outros que se encontrem à beira do caminho, pois todos são capazes de alçarem o seu vôo infinito rumo ao infinito, sem infrigir ou violentar o espaço do outro nesta busca.