E o vermelho do céu e do mar era tão intenso,
e o ar marinho era tão limpo e denso,
que nem mesmo a branca areia
conseguiu sair ilesa.
Revejo a paisagem vermelha e quase indecente
da praia imensa e percebo:
Não é o céu que sangra, doente e insano.
É o mar. É Iemanjá que menstrua!
O mar não é macho. É fêmea. É água, mãe, mulher
que sangra e geme e goza em ondas e espuma.
Iemanjá reina, sangrando em festa impura,
todas as dores e as alegrias das gentes do mundo.
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