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cronicas-->DA BELEZA -- 22/03/2006 - 12:53 (Pacha Urbano) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Não vou nem entrar no mérito da questão e discursar sobre O Belo, até porque tanta gente já faz isso e ninguém chega em lugar algum.
Vou falar é de como eu vejo a beleza em algumas pessoas.
Claro, de modo bem superficial, o que, entretanto, não quer dizer insensível.
Explico.
Como desenhista, com o passar do tempo, vi em toda parte uma pá de belezas.
Principalmente nas pessoas.
Mesmo nas mais feias.
Tem gente que é bonita de dar dó.
A gente olha e pensa assim: "Puxa, fulano é tão bonito... dá uma pena..."
Lá no fundo, do coração, sentimos aquele pesar.
É parecido com o que sentimos de alguém muito feio.
Se bem que é aí que mora a questão: beleza e feiúra (ou boniteza e fealdade).
O que para alguns é muito bonito para outros é muito feio, e assim ao revés.
Já vi muita gente bonita, e acho até que muita gente é bonita e não sabe.
Vi pessoas que são tão bonitas que me enjoam, fico meio mareado, algo tonto.
Vi também umas outras que de tão bonitas me causam repugnància.
É bater o olho e dar nojo.
Há também umas aí, e estas em sua maioria estão escondidas, que são tão bonitas que adoecem.
Tem as que adoecem as outras pessoas com sua beleza, causando inveja, dor de cotovelo, e outros sintomas.
Algumas pessoas que possuem uma beleza enlouquecedora, e por onde passam deixam um rastro de insanidade, acredito, são parentes das que são belas como Narciso.
Passei por algumas, na rua, que são tão bonitas que envergonham a gente.
Nos deixam de cara vermelha, quente.
Assim como aquelas que nos fazem virar o pescoço, para dar aquela conferida.
Ou aquela beleza exótica, que tanta gente confunde propositalmente com feiúra, utilizando-a como um elogio dissimulado.
Pessoas com beleza libidinosa, beleza viscosa (prendem em nossa retina e não querem soltar), beleza irritante, beleza chata, beleza inodora (que não fede e nem cheira), beleza incomparável, beleza inimiga do mercado (das que fecham o comércio) e inimiga da CET-Rio (de parar o trànsito).
Muitos, mas muitos tipos de beleza, que em geral, as pessoas desconhecem, ou não dão muita importància.
Acham bonito ou feio e pronto.
Como aquela beleza que está ali o tempo todo e você nem notou, ou aquela que você acha que é beleza e é feiúra pura, mas que pra você não faz lá muita diferença, enfim.
De todas as belezas, das que me chocam, das que me impregnam, das que me dão tesão, das que me dão medo, das que me cansam e mesmo das que me apaixonam e inspiram, a que mais me contagia e atinge fundo é a beleza que me faz sorrir.
Não sei se já aconteceu com vocês de, ao olharem para alguém, admirar a beleza desse alguém e sorrir, sozinhos.
Nem sempre eu vejo estas pessoas belas assim, infelizmente, mas todas as vezes que as vejo, meu dia se renova e se estou aborrecido eu fico feliz e se estou feliz fico muito mais.
Às vezes é aquela senhora idosa, com seu cabelinho lilás que me faz sorrir, ou a criancinha arrastando seu ursinho de pelúcia.
Pode mesmo ser o senhor, já idoso, com suas rugas sulcadas no rosto, ou aquela preta velha que faz crochê na varanda.
Já sorri com a beleza do carregador de laranjas na feira livre, da menina do vestido florido que vi pela janela do ónibus, do neném no colo do pai, do vendedor de cachimbos, da turista de olhos claros, da paraplégica que vendia jujuba no sinal, e até das fotos antigas que vi nos museus.
Qualquer que seja a fisionomia, o físico, ou o que quer que seja, acho mesmo que esta beleza vem de dentro pra fora.
E ela só é realmente eficaz, ou seja, que me faz sorrir, quando é desconhecida pelo dono dela, quando o portador desta beleza não a está utilizando para tirar vantagem ou impressionar.
Porque todas as vezes em que sorri por causa deste tipo de beleza, estas pessoas estavam distraídas, levando suas vidas, como uma pessoa qualquer.

Quarta-feira, 26 de novembro de 2003.
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