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Contos-->PERSPECTIVAS DA VIDA -- 02/08/2009 - 20:09 (Jose Araujo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quando Luiz Roberto era ainda uma criança, sempre podia contar com seu pai para olhar as dificuldades que surgiam em sua vida sob outra perspectiva, fosse um arranhão jogando bola, uma pipa perdida porque a linha se quebrou, ou até mesmo, um coração partido na fase em que já era um adolescente. Anos depois, já um quarentão, ele tinha um bom cargo na empresa em que trabalhava e financeiramente levava uma vida estável. Como na vida tudo tem suas fases boas e ruins, de repente, a empresa para a qual ele trabalhava o demitiu para substituí-lo por outro profissional, muito mais jovem, ocupando o mesmo cargo e recebendo um salário bem menor que o seu. Quando ele recebeu a noticia de sua demissão, seu mundo desabou.

A situação ficou ainda pior quando sua namorada o trocou por outro, alegando que eles não tinham futuro juntos e seria melhor para os dois terminarem enquanto ainda era tempo, para não sofrerem mais depois. Luiz Roberto não conseguia imaginar o que mais de ruim poderia acontecer, mas as coisas pareciam ficar cada vez piores. Apesar de ter economizado por anos, de possuir uma boa casa, ele não poderia se dar ao luxo de ficar sem uma fonte de renda, caso contrário em pouco tempo se esgotariam suas economias. Ele precisava trabalhar porque além de arcar com a manutenção da casa, pagando os empregados domésticos que tinha, ele também ajudava seu pai que morava no interior de Minas Gerais, que com uma idade avançada, nem mesmo tinha uma aposentadoria para se manter. Chegou um momento, em que ele estava arrasado. Não tinha mais ânimo para nada.

A cada entrevista que fazia candidatando-se a uma vaga, a resposta era sempre a mesma. Não! Perdera a mulher que amava na seqüência dos acontecimentos ruins e estava passando por uma série de outros problemas pessoais, causados por tudo que estava lhe acontecendo. Tudo de ruim parecia estar acontecendo como num espetáculo de queda de dominós, quando cada peça cai, uma atrás da outra, numa seqüência rápida e incontrolável. Em dado momento, precisando de ajuda e se sentindo totalmente derrotado, Luiz Roberto resolveu ir ao encontro de seu velho pai no sítio onde morava. Após ter ficado lá por uma semana, no ultimo dia de sua visita, eles estavam sentados na varanda da velha casa que dava uma vista maravilhosa do por do sol. Seu pai como sempre, não perdia o espetáculo do sol se pondo ao longe por detrás dos montes. Luiz Roberto não conseguia mais suportar a angustia, o sofrimento e a pressão pelas quais estava passando nos últimos tempos.

Pensando em como sua vida estava toda descontrolada, com a incerteza do que ainda estava por vir em sua vida, em dado momento ele disse ao seu pai que se juntássemos todos os momentos felizes de nossas vidas, ele tinha certeza de que não dariam meia hora. Ainda absorto, apreciando o espetáculo maravilhoso do por do sol naquela tarde, com céu no horizonte em tons de rosa, laranja, vermelho e dourado, sem olhar para ele, seu pai respondeu que ele tinha toda razão. Atônito com a resposta dele, ele o olhou boquiaberto. No estado em que ele se encontrava, ele esperava que seu pai, como sempre, tivesse uma solução para todos os seus problemas, mas seu velho estava imóvel, estudando cuidadosamente o sol se por ao longe no horizonte.

Quando o astro rei acabou de desaparecer por detrás dos montes, com lágrimas nos olhos, seu pai virou-se em sua direção, e, olhando-o fixamente nos olhos, fez a ele uma afirmação e uma pergunta que mudou a vida dele para sempre.

--Estes poucos momentos meu filho, são como grandes tesouros, não são?

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