O Sistema da Administração Federal está em processo de desintegração e colapso total, um verdadeiro caos.
Buscando na teoria de sistemas a explicação desse fenômeno, temos que a entropia é uma lei universal da natureza, na qual todas as formas de organização se movem para a desintegração ou morte.
Para vencer a entropia, deve-se estruturar e controlar o sistema de forma a manter o funcionamento paralelo e complementar de duas características básicas, a "homeostase" e a "morfogênese", que juntas garantem o que se denomina de "equilíbrio dinâmico" do processo de evolução.
A homeostase é a tendência para se manter um estado firme de equilíbrio, o que em outras palavras significa ordem. A morfogênese é a capacidade de modificar-se a si próprio nas estruturas básicas, isto é, provocar conscientemente inovações em busca do aperfeiçoamento.
O elemento fundamental que mantém e associa essas duas características é a informação, ou seja, a existência de um processo decisório participativo e democrático.
Vemos, assim, que é imprescindível internalizar um processo de estabilidade (homeostase) e um outro de mudança planejada (morfogênese).
Os japoneses, entendendo esses conceitos por meio dos ensinamentos do prof. Dr. Deming, promoveram uma revolução total nas teorias administrativas pela implementação de um processo de gerenciamento total da qualidade.
Para eles, o controle tem o significado de administração, gerência. Gerenciar uma organização significa conduzir simultaneamente duas ações básicas: Rotina e Melhorias.
Rotina significa permanecer no rumo atual, obedecer às normas, evitar mudanças (homeostase/ordem). Melhorias significa mudanças, movimento decisivo para superação dos atuais níveis de desempenho (morfogênese/inovação).
Complementando essas definições, os japoneses introduziram o conceito de "complexidade", que compreende a organização necessária para corrigir as distorções dos sistemas.
Desse modo, nossos amigos orientais somente implementam um determinado sistema após estudos, análises, testes e correções, até que se elimine toda a complexidade existente, ou seja, e o sistema esteja isento de distorções, funcionando de acordo com seus objetivos.
Na análise da Reforma Administrativa do atual governo, vemos que não se tinha um sistema bem concebido e que o pouco de ordem que restava do passado foi destruído.
Assim, sem uma "Rotina" bem definida e estabilizada, foi introduzido um processo de "Melhoria" (Reforma Administrativa) que gerou uma desorientação e desarticulação total do Sistema de Administração Federal, confusão essa que denominamos de "Complexidade da Distorção" e que vem desgastando todos e tudo, na busca de uma correção dos efeitos sem atacar de forma planejada e estratégica as causas.
Desse modo, mudanças sucessivas e inconseqüentes têm contribuído para o aumento da "Complexidade da Distorção" e, por coseguinte, para a entropia do Sistema de Administração Federal.