Nesta cama, o espaço me cumprimenta. Teu lugar, desocupado, conversa comigo toda noite. Com a intimidade que o tempo lhe deu. É frio vazio, e teima em se aproximar. Por mais que eu me afaste, por mais que eu o ignore, esse silêncio um contraste, me abraça, com atitude e com semblante. Sim! Reconheço. Entrego-me! Você faz muita falta nesta cama. Faz falta nas noites aonde o amor era uma constante e também nas noites, enquanto amantes, só o sono untava nossos corpos, após o êxtase da paixão. Que dormiam no calor de um abraço. E o sonho de tão leve, só se fazia de pesado para prolongar a noite, mantendo-te em meus braços. Admito; o determinar das horas é um fardo. Sem teu corpo sem teus lábios. Que sempre me maltratavam no calor das palavras. Que sempre teimavam em ignorar-me, quando eu mais precisava de você. Hoje; eu preciso, de fato ser ignorado, mais uma vez, mas agora não a tenho, não sei o que faço! Porque de ti até o descaso, aquecia meu coração. Sim hoje eu sei! Sou só poeira, assentada nesse leito, em meio a recordações.