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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->Saara Nordestina -- 18/03/2014 - 20:18 (Alexandre Pereira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Saara Nordestina (



SAARA NORDESTINA (2007)
Roteiro


Cena Inicial – noite – Câmera grua-

A cam segue o mosquito (nas costas) que vem em direção a um barracão todo de madeira, e entra pelo buraco entre o teto e a parede. Um barracão situado no sertão árido nordestino... O mosquito pousa numa prateleira. O barraco, por dentro, possuí várias engenhocas penduradas nas paredes, tipo, cortador de lata, regador, coisas estranhas, de uso, tudo de material ferro.

Cena 2 – close na Regina ( morena encorpada com 38 anos, sempre andando bem arrumada)- cam pega Regina de outras maneiras

Regina corta com uma faca um pedaço de bolo.
“amanhã será um grande dia... (pausa)”
“serei famosa...(suspiro) famosa na capital”
“Ninguém me segura... a Regina, do Sertão, despontando do buraco para a Civilização”
“Tudo bem que é com a...”
“Samuel, como é que se chama mesmo o invento?”

Samuel ( senhor barbudo e com seus cabelos longos, ambos brancos, um pouco cansado, de seus 64 anos) numa rede, responde:
“Bicicleta, Regina”

Regina, tensiona e exclama em bom tom:
“Porra Samuel, B-I-C-I-C-L-E-T-A!!!” “Não poderia se chamar REGINETE!!”
“Que raios, inaugurarei uma ‘mixa’ de uma bicicleta”
(pausa) “é o que tem né...fazer o que? Se isso daí valesse mais que um cavalo, eu seria mais feliz”

“Samuel, você precisa inventar algo maior”
“ Você só faz abridor de lata, de garrafa, alicate, só coisas pequenas”

(Regina fala sentada, de cabeça baixa, em baixo tom, confidenciando a si mesma, mas para Samuel ouvir)
“Foi o meu maior vexame, quando inaugurei aquele abridor de garrafa com rosquinha...”
“Uh!!!”
“Não sei como me submeti a isto, nunca mais quero pagar este mico”

Samuel terminando de comer o bolo, com prato na mão, se ajeita na rede, numa postura mais ereta:
“É Regina, mas amanhã é coisa grande...vai revolucionar a cidade grande”

Regina, escuta, e mais esperançosa, ansiosa, sonha com sua fama:
“Amanhã de manhã vem a mídia, a televisão!!!” (pausa)
“Por que você não inventou a televisão, Samuel ?”

Regina corta outro pedaço de bolo e oferece a Carlos ( rapaz de seus 31 anos, cabelo escuro, curto, magro e estatura de 1m70) que estava sentado, ouvindo-os. Oferece outro pedaço a Samuel, mas ele acena que “não”

Regina:
“Samuel, você vai querer beber com a gente lá no bar ? o Carlos veio nos chamar !”

Samuel:
“Regina, Regina, você sabe que eu não bebo... e amanhã será um longo e agitado dia” “Entrevistas, Regina, repórteres!!”

Regina:
“Ah! ... então, nós vamos”


Cena 3 – externa – noite – Regina e Carlos saem do barraco e andam na cidade de barro. Um bar desponta de longe.

Regina e Carlos saem do barraco. E Regina logo puxa a conversa:
“E aí Carlos, eu preciso de uma resposta sua...” “Vamos meu amor!!” “ venha fugir comigo”.

Carlos, mostra indecisão, abaixa a cabeça e pensa numa maneira de se colocar.

Regina:
“Eu preciso tanto de um homem pra me proteger”
“um caralho duro, possante, invadindo a minha xoxota”
“Sentir o seu dedinho abrindo o meu cuzinho e aí...aí meu Deus!!”
“Venha... eu preciso de alguém para me foder todos os dias” “Você vai de cavalo e eu com esta maldita BICICLETA”

Cena 3.1 – onírica (efeitos de sonhos) – Regina imagina Carlos em cima do cavalo, sorrindo, eles lado-a-lado, ela de bicicleta, de mãos dadas ( o braço de Carlos, bizarramente comprido esticado). Ambos se olhando, apaixonadamente.
Volta Cena 3, Carlos corta:

“Regina...”

Regina:
“fala meu amor, fala” “Vamos ser felizes...sair por aí, pelo mundo”

Carlos:
“Regina, eu preciso te falar uma coisa...” (Regina ao fundo começa a fazer uma cara de estranhada, assustada, seu rosto se deforma mostrando seu medo)

“Eu vou me casar com Rosinha”
“E não é certo, nessa cidade, um homem casado ter uma amante”

-------------------Corte------ ---------------

Cena 4 – Bar externa – na mesa de sinuca
Regina:
“NNNããããããããooooooo!!!!

Regina solta o taco e se joga na mesa de sinuca, deitando o seu rosto, agarrando as bolas para si.

Close no jogador com palito no dente, ao lado de Carlos, vira o pescoço para Carlos e diz:
“Porra, com a Regina é Fóda”

Cena 5 – no meio da Rua – Noite – Regina volta chorando, a passos largos

Regina:
“droga... Droga... droga !!!”
“Que vida!!”
“Carlos não me quer mais, não vai me levar daqui, não quer mais me comer”

“ Deus ........(longa pausa)....... Você nem me vê”
“Me odeia!!”
“Não faz nada para eu sair desta merda de cidadezinha”
“Você vai ver só, vou eu!!!...”

Cena 6 – na frente do barraco, Regina entra – externa/interna -
- interna – Samuel está numa cadeira de balanço, acomodado, lendo um livro.
Regina vai direto para o canto da sala e pega bicicleta. Move o invento e vai em direção a porta.

Samuel, em tom ríspido:
“Aonde você vai, Regina!!!”

Rg grita: “Vou me embora”

Sm: “Volta aqui Regina, você não vai, não !!!”
“Me respeita!!!”

Rg: “Me respeita ?...”
“respeitar o quê... um velho desse que leva ‘um ano’ para levantar o pau!!!...que nem levanta o pau!!”
“Um velho inútil!!!”

Samuel começa a ter ‘falta de ar’:
“Regina!!...”

Rg: “ E toda a cidade sabe que você é um corno, seu velho INÙTIL!!!”

Regina escapa com a bicicleta.

Cena 8 – externa – Rua – noite
Regina saí pedalando desesperadamente... pedala sem harmonia, rapidamente.

Cena 9 – onírica – close – imagem do Samuel, como se Regina estivesse sonhando.
Samuel coloca as mãos no pescoço, como se estivesse se estrangulando:
“Oh ... Ô...Ô ...”
“CARALHO!!!!” -
Solta a mão do pescoço, caí na cadeira, com sua mão derrubando uma faca da mesa.

Cena 9.1 – onírica- close na faca – Mão de Samuel a agarra.

Cena 10 - Volta Cena 8 – externa –rua –noite
Aparece um buraco e Regina não desvia, caí, solta um grito.
Espatifada do chão, se levanta gemendo. Ajunta a bicicleta e vê que ela está quebrada. Testa a maquinaria que não anda mais.
Rg Fala baixinho, frustrada:
“Droga, essa... essa porcaria não serviu pra nada...velho inútil”

Volta o caminho carregando a bicicleta

Cena 11 – externo/interno – rua/barraco – Regina entra chorando, passa a bicicleta e abandona a porta aberta.
Regina:
“Samuel, seu velho babaca...”

Rg vê Samuel sentado na sua cadeira de balanço com um furo no peito e a faca ensangüentada no chão.
Ela anda até a frente da cadeira, se agacha e pega a faca, assombrada.

Cena 12 – interna – cam voltado para a porta
Carlos aparece com a cabeça na porta, incomodado, esgueira-se para dentro da casa e assiste Regina com a faca na mão. Dá meia volta, e na ponta dos pés saí da casa, passando a porta, corre.

Cena 13 – interna -
Regina, sem reação, senta na cama ao lado de Samuel (imóvel na cadeira)

Cena 14 – interna- cam voltado para a porta
Carlos chega com 2 policiais e uma multidão vem junto para acompanhar.
Ao avistar Regina, e esta vê Carlos, ele saí da frente dos policiais. Estes percebendo o seu aceno, rapidamente vai de encontro a Regina e a aborda.

Policial 1:
“ a Senhora está presa”

Policial 2 analisa o furo no Samuel. Percebe que ele está morto. Coloca as luvas, a toma de Regina e, fala ao companheiro:
“Já mandamos vir um especialista da capital”
“Amanhã ele estará aqui e poderá fazer o laudo da perícia”

Vira-se para Regina: “enquanto isto, a Senhora aguarda na cadeia”

Regina, atônita, enfraquecida, se deixa levar, e a multidão os cercam e saem todos juntos

Cena 15 – interna – travelling no corredor mostrando o teto – cela – solitária
(Barulho da tranca)
Regina anda um pouco e se senta na cama cinza.

Fica por um tempo Regina sentada. (Cam fixa)

Deita. (Cam por um tempo focando os olhos)

Cena 16 – interna –corredor – Cam fechada no rosto do policial que anda pelo corredor.
Abre cam – Policial abre a cela.

Policial: “ Dona Regina, vamos acordar!!”

Regina se levanta e logo vai em direção da porta. O policial a segue atrás.

Cena 17 – cam escura – somente sons do policial:

“A senhora está solta”
“ O laudo a inocenta” “serão averiguados as possibilidades de um suicídio ou de um crime”

Cena Final – externa – Dia – meio da rua
A Cidade parece uma cidade do far west em dia de duelo. Deserta.

Regina saí da cadeia, toma a rua, cambaleando, tonteada.
No meio da rua, se vira para um lado: vê casas abandonadas (vidraças quebradas, escuro, paredes caídas), vira-se para o outro lado, idem (sem imagens), se vira para frente e olha a Cam (fixa).
Caminha para a frente, olhando para a cam ( em direção a esta), caminha, com o olhar fixo e cansado.
Passa um carro Van da Reportagem correndo na sua frente, e ela despenca ao chão... FIM



EMRIQI
weberleao@yahoo.com.br
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