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Contos-->UM SER DO OUTRO MUNDO -- 25/08/2009 - 16:12 (Maria de Lurdes Mattos Dantas Barbosa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Lá estava ela, sentada na “Pedra Grande”, olhando o horizonte, como sempre fazia todos os dias. As pessoas da cidade já haviam se acostumado com a presença silenciosa daquela mocinha no alto da pedra. Pedra Grande que ficava solitária no meio da rua, num bairro humilde do lugar. Se perguntassem: o que será que faz ela ali todos os dias? O que se passa pela sua cabeça? Ninguém sabia que Laine era o contato humano do ser de um planeta distante, fora do nosso sistema solar, chamado Rex.
Era órfã e vivia com uma tia num bairro muito pobre da cidade de Morro do Chapéu, na Chapada Diamantina – Bahia. Dezesseis anos, bonita, porém sem o ímpeto próprio da juventude. Parecia um bichinho precisando de proteção. Na escola despertava o interesse de colegas e professores pelo seu ar sério e compenetrado. O silêncio era para ela a maneira de economizar energia. Muitas pessoas iam vê-la, sentada no alto da pedra, em seus momentos diários de concentração. O que será que ela tanto olha? Quem é na verdade Laine? A tia nada respondia às indagações dos curiosos. Também, responder o quê? Só sabia que a menina era-lhe útil. Lavava roupa, passava, ajudava na cozinha e quase não falava. Era um mimo, um doce!
Tudo começou quando naquele entardecer do dia 15 de agosto de 1988, ela sentiu uma saudade dentro de si que não sabia de onde vinha nem do quê, ou de quem. Só sentia essa saudade invadir o seu ser profundamente. Assim envolvida por esse sentimento saiu andando como se estivesse sendo guiada por alguma força maior.
Já era noite. O lugar estava deserto e com pouca iluminação. Chegou à base da Pedra e repentinamente sentiu impulso para subir. Sem enxergar direito foi tateando e subindo até alcançar o topo. Ali chegando sentou-se e ficou quieta. Só ouvia a sua própria respiração, ofegante pelo esforço da subida. O tempo foi passando e Laine aos poucos foi se acalmando. Tentou se acostumar a sua visão ao escuro da noite, ao vento forte e ao frio cortante. Sentiu sim, uma grande paz que ia gradativamente substituindo a saudade de horas atrás.
Era verão. O ar quente do dia contrastava com a frieza aquela hora noturna, na pequena cidade de Morro do Chapéu, lugar conhecido pelo inverno rigoroso e frio intenso. Mas Laine nesse momento, olhou para o céu indiferente a tudo. Ficou a pensar na beleza das estrelas. Que brilho cintilante! Uma imensidão de pontos luminosos no firmamento! Deitou-se inebriada pela calma que lhe havia apossado e, de repente sentiu sua cabeça rodar, ficou ligeiramente tonta. Uma luz muito intensa clareou tudo ao seu redor. Sentiu um estalo em seu cérebro e ouviu uma voz macia que sutilmente lhe falava. Abriu devagarzinho os olhos e lá estava ele: um ser pequenino, do tamanho de uma criançinha de aproximadamente três anos de idade. Brilhante, muito brilhante! Laine ficou confusa, porém não sentiu medo. Perguntava-se: O que significava aquilo? Seria uma estrela em forma de gente? Quem seria a criaturinha de luz? Estranhamente sentiu uma onda de calor e amor unindo-a àquele ser ali à sua frente.
No cérebro, continuava uma voz a lhe falar. Entretanto, nada compreendia, pois, fascinada estava pela presença da luz em forma de criança a iluminar tudo ao seu redor. Adormeceu por segundos e voltou à consciência. Agora, já consciente, olhou firme nos olhos daquele estranho e sentiu que se perdia no brilho do seu olhar. Era como se estivesse saindo de si mesma. Não pôde distinguir todos os seus traços fisionômicos devido à luminosidade intensa que irradiava da pequena criatura.
- Meu nome é kell. Sou de Rex, um planeta distante do seu. Fui atraído para essa dimensão pela necessidade de ajudar a humanidade terrena, assim como milhares de irmãos nossos de várias galáxias estão aqui patrulhando a órbita terrestre e contatando pessoas para harmonizarem os seus corpos inferiores. (Mental emocional, etérico e físico).
- Para quê? (foi só o que lhe ocorreu perguntar).
- Para trabalharmos conscientes para o momento exato da grande tribulação pela qual a Terra irá passar. Somos uma civilização que presta ajuda aos planetas que passam pela lei da Purificação; que se preparam para a mudança de nível, que resgatam karmas, que estão em época de seleção, da separação do “joio do trigo” compreende?
Laine não entendia nada daquilo e não compreendia também porque tinha que ficar sabendo daquelas coisas. Kell captou seus pensamentos e lhe falou da necessidade dos humanos terem pensamentos muito negativos e viverem com as mentes ocupadas com desejos e prazeres. Revelou que os sentimentos humanos são quase sempre egoístas, e, sendo dessa forma, fica muito difícil para os irmãos de várias partes do Cosmos encontrarem mentes livres e elevadas para ajudarem no momento do parto.
- Parto?
- Sim. O parto dos novos seres que, revigorados e transformados, herdarão a Terra, após um período de afastamento temporário, onde aprenderão a viver como matrizes de um povo que terá a responsabilidade da continuidade da raça humana.
Você não entende agora, pois a sua mente, ainda analítica, questiona e quer respostas. Mas o seu ser interno desperto saberá como conduzi-la de agora em diante pela intuição: terá mais inspiração, falará menos, cultuará o silêncio. Sim, porque será nesses momentos que lhe falarei dos mundos interiores. Não dê ouvidos a nada do que falarem sobre o seu novo comportamento. Não se justifique, não dê nenhuma explicação. Este mundo está agonizando. O povo escolhido já está se preparando e, como na época do dilúvio, a maioria estará comendo, se divertindo, dando alimento aos sentidos, enquanto os que souberem se elevar, os que tiverem olhos para ver, estarão recolhidos em energia e meditação, confiantes na misericórdia divina.
Um será levado, outro será deixado. Toda a força que cada humano necessitará estará dentro de si próprio. A luz brilhará dentro dos átomos e células do corpo daqueles que levantarem o olhar para o céu e com sinceridade se entregarem de corpo, alma, mente e coração ao supremo Criador de todos os mundos. Somos todos irmãos, filhos do mesmo Pai.
Laine ficou em dúvida, pois havia lido num livro qualquer sobre a existência de seres extraterrestres desejosos de destruir a Terra e escravizar os humanos, torna-los robôs e fazer com eles muitos tipos de perversidades, assim ficou sabendo. Novamente kell respondeu: - Sim, é verdade. Existem os conquistadores, os cientistas do espaço, mas esses seres só entram em contato com pessoas que vibram na mesma sintonia, que se encontram na mesma faixa vibratória, que são semelhantes em algum ponto. Não tenha medo. O seu planeta, apesar da degradação aonde chegou, recebe ajuda de todos os planetas afins e tudo estará controlado.
-Por que eu? Por que escolheram a mim?
-Porque precisamos de canais humanos, não para falarem, mas para receberem as energias evolutivas dentro do seu corpo e atuarem no meio da população. Você nessa cidade, possui o perfil do qual necessitamos. Somente a presença dos contatados despertará em alguns receptivos a transformação interna. Isso porque a nova energia estará presente e estimulará nas pessoas o desejo de buscarem o conhecimento, a renúncia, a entrega ao Supremo e a vontade de servir ao semelhante. É a ajuda que nós, do Planeta Rex, propomos a dar a sua gente.
Você receberá um micro-órgão na glândula pituitária, imperceptível à medicina humana. Ele aumentará a sua vibração e a ajudará a perceber a nossa presença quando estivermos trabalhando na órbita da Terra.
O ser falava e a sua voz parecia uma melodia. Laine não entendia como, mas estava compreendendo tudo agora.
- Coma somente o necessário, sem exageros. Comidas leves. Faça uso do mel de abelhas e beba bastante líquido. Relaxe e durma sempre, se possível no mesmo horário. Discipline o seu cotidiano; estabeleça horário e crie ritmos; olhe sempre para cima e sinta-se elevada a alturas cada vez maiores. Você agora é o fio que através da fala, do toque e da presença física, proporcionará a energia da transmutação e elevação para as pessoas que desejarem se abrir para o novo.
Volte sempre a esse lugar. Isso despertará a curiosidade, a priori, do povo dessa cidade. Posteriormente, outros povos de outras paragens virão atraídos pela fenomenologia. Todos os que aqui chegarem serão coligados, e, num futuro bem próximo, desenvolverão a consciência evolutiva.
Laine sentia cheiro de perfume no ar. Aquele aroma doce e suave, desconhecido ao seu olfato, invadia-lhe as narinas e a deixava flutuante, tal era a leveza do seu corpo durante o êxtase. O silêncio agora era total. A voz dentro do seu cérebro se calara e o ser do outro planeta emitia luz para o coração de Laine que sentia impulsos compulsivos, todavia harmoniosos.
Calma, perfume, brilho, cor, luz, paz...
Ele se foi. Um ponto de luz na imensidão do universo. Uma estrela no caminho dos humanos que reconhecerem a presença desses irmãos, que trabalham por aqui, desde os primórdios do animal homem, nesse lar-escola chamado planeta Terra.
Laine continua a ser a mocinha simples e pobre de antes. O que mudou é o fato de ter agora um amigo diferente. Alguém que se comunica com ela no silêncio do coração e na quietude da mente. Laine sabe da sua responsabilidade e é feliz.
Os curiosos vão aos poucos se aproximando. Muitos, sem saberem, estão sendo tocados pela energia de dimensões superiores, de mundos supra-físicos, dessa maneira, a energia evolutiva cumprirá o seu papel. E, Morro do Chapéu continuará com seus muitos mistérios a serem desvendados, um deles é a presença de uma menina sentada no alto da “Pedra Grande” na noite fria, a olhar para o céu. O que o povo morresse ainda não sabia é que aquela mocinha de periferia era na verdade, uma fagulha de luz, capaz de iluminar as mais longínquas terras, do ponto central de uma pequena estação telepática na Chapada Diamantina, Morro do Chapéu.


Maria de Lurdes Mattos Dantas Barbosa
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