Usina de Letras
Usina de Letras
239 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140787)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6177)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->Bossoroca -- 09/04/2006 - 08:41 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Bossoroca

Certa vez eu fiz uma crónica que falava sobre as palavras escritas erroneamente nas placas de propaganda, internet, jornais etc.
Nesta minha jornada pela terra deparei com uma pessoa que não tem um prato cheio de palavras erradas, tem sim uma gamela de palavrões. É um homem simples e que tem conhecimento de vida fora do normal.
Ao se referir ao prefeito da cidade ele pronuncia corretamente prefeito. O interessante é que quando ele se refere ao escritório do prefeito ele consegue falar erroneamente "profeitura".
Ao dar ordem ao seu mestre de obras, certa vez, ele falou:
- Olha bem o "plumo" dessa caixaria. Deve assim chamar esse instrumento de trabalho por ser muito leve.
Eu de tanto conversar com ele já estou pegando mania de falar algumas palavras incorretamente, mas é melhor eu "disfalçar", senão, se ele descobrir, "derrepentemente", ficará muito chateado.
Certa vez, quando ele namorou uma mulher que era noiva, ele me confidenciou que se a moça não "isse" ao encontro do noivo este iria se matar. Depois desse "isse" a moça não foi correndo, foi "avuando".
- O cara me convidou para ir na sua fazenda andar a cavalo. Lá fui eu feliz da vida e mais feliz fiquei ao reparar que o "estrivo" do cavalo em que iríamos passear estava brilhando. Acho que foi de tanto ele esfregar com flanela que o estribo se transformou em "estrivo". Na fazenda fomos por estradas esburacadas, passamos por riachos, tudo bem pilotado por ele, que não se desgruda de sua "Salveiro". Para não imitá-lo chego a chamar esse seu veículo de Pampa, Chevy, camionete, tudo para não cair na injustiça de ser atropelado por uma "Salveiro" ou por uma "Rurral".
No caminho da roça, na estrada que corta sua fazenda, havia uma grande pedra. O homem pegou um "alabanca" e usando toda sua força a retirou do meio do caminho. Tudo isso feito sob um sol escaldante, que era minimizado o calor pelo uso constante de um "bonéu".
Quando ele desce a serra para sua casa ele "viageia" em sua "Salveiro" ou num dos veículos da firma em que trabalha: a "rurral" ou mesmo na caçamba "vasculante".
Vira e mexe, ele está lá na cozinha beliscando algum salgado, por isso, uma "malmita" sortida, colocada sobre uma "plancha" de madeira é mais do que suficiente na hora do almoço.
Às vezes eu exijo demais desse meu amigo, pois peço para que ele fale alguma coisa em inglês e o máximo que consegui foi um esdrúxulo "tocade", para o software autocad.
Duas frases que ele disse e que eu jamais me esqueço foram: "Só não "di" o... e não fui guia de cego" e "O meu amor por ela desabrocheia".
Descobri que existe um grupo musical que se chama Carlos da "Bossoroca". Fui no dicionário e não existe a palavra escrita como no cartaz, com dois esses. Existe sim com ce cedilha, e significa fenda no solo formado por enxurrada. Como esse homem quando abre a boca vem uma enxurrada de palavras erradas, e coincidentemente seu nome é Carlos, hoje só o chamo de "Bossoroca".
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Perfil do AutorSeguidores: 16Exibido 419 vezesFale com o autor