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Cronicas-->Botos -- 09/04/2006 - 08:48 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Botos

Conversando com um pescador de Laguna, o Genésio, consegui o nome de praticamente todos os botos que tem o seu habitat na terra de Anita Garibaldi.
Botos são mamíferos da família dos delfinídeos, da mesma a que pertencem os graciosos e conhecidos golfinhos. Em Laguna há uma particularidade, eles convivem em paz, harmonia e cooperação com os pescadores. As redes, ou melhor, tarrafas são jogadas ao mar, próximas aos botos quando esses se aproximam da margem da lagoa, e os peixes, em sua maioria tainhas, assustados fogem dos mesmos e caem nas malhas da arma de sobrevivência dos pescadores.
Os apelidos ou nomes foram dados pelos pescadores que vêem diferenças nas galhas, na coloração da pele, no jeito de nadar, etc.
Dos que ainda hoje estão vivos há nome que representa a masculinidade do cetáceo como o Garanhão, também conhecido como Scub.
Há também os que ganharam seus apelidos quando certa novela estava no auge, como os botos fêmeos Chega Mais e Mandala.
Há outro que para mim e o Genésio fica difícil explicar de onde tiraram o nome, como Caroba, já que essa palavra significa árvore pequena do gênero jacarandá, tendo duas espécies a ornamental e a fornecedora de madeiras.
O índio tem esse nome graças a sua galha que tem a forma de um penacho.
Já o Cabide tem sua galha com o formato do utensílio.
O Ligeirinho não necessita de muita explicação. O próprio nome já o identifica como um dos mais rápidos na Lagoa de Santo António dos Anjos.
O Arreia Braço salta d´água todo o tempo, com ou sem peixe por perto dele. Engana muitas vezes o cansado pescador que arreia o braço para lançar a tarrafa.
O Avalanche salta uma distància longa e na cabeça do pescador desenha-se uma avalanche de neve que ele só vê na televisão.
Não sei se o boto fêmeo Figueiredo tem cara de militar ou cara de brabo, como o homónimo ex Presidente da República.
Já a Lindaura e a Princesinha são botos fêmeas que algum pescador apaixonado os viu pela primeira vez. A Princesinha deve ser um animal muito gracioso pelo que tudo indica.
O Pirulito tem sua galha em forma da guloseima.
O Araranguá recebeu esse nome porque é visto frequentemente nas praias da distante cidade. Deve ter encontrado alguma namorada por lá para se afastar de seus amigos.
A Botinha do Rio tem seu paradeiro mais constante nas águas do rio Tubarão que desemboca na famosa lagoa. Não deixa de ser uma forma de homenagear os coirmãos da Cidade Azul.
Os já falecidos receberam nomes de Presidente da República, Juscelino, a jogador de futebol, Pelé.
A Juscelino recebeu esse nome porque segundo os pescadores agia do mesmo modo que o presidente da República. Não podemos colocar no papel porque a atitude do peixe era visível, já a do presidente só se ouviam rumores.
O Pelé é porque tinha as costas bem escuras, como a pele do maior jogador de futebol do mundo. Será que se jogássemos uma bola para ele o mesmo brincaria com ela, tomando atitudes de foca?
Galha Torta, o próprio nome já o identificava.
Marusca era uma marca de cigarros. Provavelmente o pescador que o batizou era fumante inveterado dessa marca.
Chinelo, é difícil de se explicar de onde vem esse nome. Sabe-se porém que era o boto com a pele mais limpa, lisa, sem cracas.
Tafarel apesar do nome é feminina e saltava como se fosse agarrar uma bola, portanto nada mais justo que o goleiro da seleção brasileira ser homenageado.
Lata Grande e Latinha eram mãe e filha.
O Rampinelli deve ter esse nome dado por um italiano amante da boa pescaria, já que a pescaria é para todos, independente de raças.
A Tramandaí tinha um hábito que lhe era peculiar, todo dia às quatro horas da tarde aparecia trazendo peixe para os pescadores. Tinha pescador que perdeu várias vezes o ónibus para a Capital quando ele aparecia e "o mar estava para peixe."
A Riscadeira era um boto fêmeo que passava um pouco fora da orla, rápida, riscando o mar. O pescador tinha que jogar a tarrafa com mais força para alcançar os peixes.
Existiam também botos que não trabalhavam para o pescador. Dois que podem ser lembrados nessa classe, a classe dos malandros eram o Aba Larga e o Clone (parecidíssimo com o Scub).
Sugiro alguns nomes para os botos que nascerão e contribuirão para matar a fome do pescador: Buda, Lula, Clarice, Picolé, Lady Daiane, Laguna, Bailarina e Robinho.
Os botos nunca acabarão, e diferente dos homens, vivem pacificamente, principalmente pela quantidade parelha dos sexos, dentre os vivos, hoje temos naquela região, quinze, sendo sete fêmeas, sete machos e um hermafrodita, Caroba, segundo informação dos pescadores.
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