Um dia como outro qualquer. Uma noite como muitas outras.
Mas nesta noite algo tocou lá no fundo uma corda sensível e as lágrimas brotaram, incontroláveis, dos olhos habitualmente secos.
E as lembranças tristes do futuro somaram-se às do passado e uma dor sem fim invadiu minh´alma...
As nuvens pesadas derramaram toda sua água e todo meu ser escorreu, líquido, pela face marcada.
Marcada pelas noites insones, pelos choros escondidos, pelo ritus do falso sorriso....
Marcada também pelas inúmeras gargalhadas de espasmo incontrolável fruto de uma angústia que não mais se segurava lá dentro de mim.
Marcada pelo sorriso quase contínuo gerado por motivos contínuos desta aventura que é o viver.
Marcada pelo espanto de sempre ante o imponderável com o qual subitamente nos deparamos no caminho onde as flores perfumadas, ao lado de estranhas pedras, escondem a cobra rastejando e ao mesmo tempo dão pouso para o descanso da ave cujo vôo chegou ao fim.