Nem num belo dia de sol eu paro de ficar indo atrás de coisas que tragam você de volta porque tudo que eu quero é te manter bem aqui comigo, mas observando o sol cair por detrás da montanha, eu fico esperando pelo fogo que não vem e digo adeus ao dia que se acaba e aqui sozinho eu penso que eu nunca fui tão apaixonado por alguém que nem sabe que meus sentimentos existem, e essa seria a hora de ir até a sua casa deixar você saber, mas algo me prende aqui e fico dando desculpas pra não ir a lugar nenhum.
E basta descer meus pés da minha cama para acabar a minha energia, e do meu quarto eu não quero sair e fico pela janela vendo as pessoas andando apressadas pelas ruas do centro; com seus olhares fixados ao nada e com sua seriedade exposta. Esse mundo vai numa velocidade tão incrível que tudo que eu quero é ficar deitado vendo o tempo passar, e esperando você voltar pra gente ser feliz.
Lembrar dos seus pés descalços e sem pressa nenhuma, caminhando entre o mato, desviando dos buracos; isso me faz tão bem e você ia segurando a minha mão para me proteger de alguma coisa, mas ao seu lado eu não tinha medo de nada. O sol ia caindo do alto das arvores e a gente seguia abrindo os galhos com as mãos e diante de um rio limpo, vazio e belo, a gente brincava de ser feliz.
Depois tudo isso era esquecido, você já não parecia com aquela pessoa alegre que corria pela mata, e na verdade, você já não parecia com nada feliz que eu conhecia, e eu queria tanto aquela pessoa de volta. E eu não consigo imaginar se uma outra pessoa possa trazer a tona tanta coisa boa como as que eu sinto quando estamos juntos sob esse sol que ferve; e por isso eu fico aqui mesmo sem querer ir pra lugar nenhum.