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cronicas-->Te quero tanto que não te busco -- 29/11/2000 - 01:27 (Manuela Martini Colla) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Vamos lá, repitam depois de mim, todos juntos agora. Chega mais perto, pode pegar na mão da pessoa que tá aí do teu lado, afinal somos todos filhos de Deus (certo?). Fecha os olhos, sente a força vir de dentro de ti, e quem sabe teus pecados irão embora, na medida em que liberares todas as energias negativas e prometeres parar com os hatemails. Isso... tá sentindo?

Nunca entendi como funcionava esse negócio de rezar. Ainda mais assim, todo mundo junto, em multidões. Eu sei três orações de cor (e de graça), que minha mãe ensinou quando eu era guria. Ela sentava do meu lado na cama e eu repetia aquelas palavras meio incompreensíveis depois dela. Foi fácil. Ela sempre me dizia: antes de dormir, reza um pai-nosso, uma ave-maria e um santo anjo que é bom. Então eu o fiz, durante muitos anos. Se tivesse continuado fazendo e/ou acreditando que repetir orações todas as noites ia me salvar, talvez até estivesse comovida com o Roberto Carlos ou as showmissas do Padre Marcelo. Aliás, esse termo, `showmissa´.. pelamordedeus, ele é ridículo nele mesmo. Me parece aquelas coisas daquelas beatas que vão à igreja todo domingo, só pra dizer que vão ou por simples desencargo de consciência.

A meu ver, muitas coisas se confundem nessa história do padre Marcelo e do Roberto Carlos: cristianismo, superstição, sentimentalismo barato e, claro, tristeza. Com todo respeito à Maria Rita, mas o que eu tenho a ver com a morte dela? Milhares de pessoas morrem todo dia, e mais gente ainda fica aqui, chorando por elas. Pó, agora é todo domingo essa folia de gente chorando na tevê, como se tudo tivesse virado uma grande reprise dos especiais de final de ano do Rei. Outra coisa que eu nunca entendi é essa rejeição que ele tem pela sua fase roquenrow, mas isso é papo pra outro texto. Enfim, ele também só se veste de azul ou branco e se recusa a fazer curvas à esquerda quando anda de carro...

No caso das super missas do padre Marcelo, por exemplo, as orações podem até ser coletivas, mas os pedidos geralmente não o são. As minhas orações, por exemplo. São egoístas, improvisadas, rejeitáveis e materiais. Não rezo pela paz, pelo mundo, pela erradicação da fome, raramente para agradecer. Rezo para que meus amigos não me deixem sozinha, para ter um vestido na minha medida, rezo para chegar a tempo.

Tu não gosta menos ou mais de uma coisa porque faz ela por pouco tempo. Rezar não é quantitativo, isso sempre me intrigou. Coisas quantitativas sempre me intrigaram, aliás. Ninguém me consultou na hora de fazer isso, porque eu tenho que respeitar?
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