No tempo em que Braz Batista
foi daqui vereador,
fez um cordel contra ele
conhecido cantador
e o final foi ruim
pro franzino trovador...
É, que depois de algum tempo,
nosso vate distraído
encontrou o Braz Batista
e pensou: "Estou perdido!"
Porém, pra sua surpresa,
foi muito bem acolhido.
Quem conheceu o "gozado"
exercendo a vereança,
sabe que até com Maguila
tinha alguma semelhança,
pelo porte avantajado
e pela sua pujança.
Só que aquele tratamento
que foi dado ao cordelista,
era mesmo uma cilada
e não notou nosso artista,
caindo na arapuca
que lhe armou o caçoista.
O Braz convidou o vate
a ir ao seu gabinete
e ele o acompanhou
- sem saber que era um joguete -,
caindo na esparrela
como bucha de foguete!
Ficando os dois sós na sala,
foi-lhe mostrado o cordel
e dito: "Cabra safado!
Engula-o, "seu" menestrel,
senão daqui não sai vivo:
- mastigue logo o papel!"
E, não tendo outra saída
o poeta magricela
disse: "Seu Braz, vou comer,
para escapar da esparrela."
E, engoliu o folheto,
sem gosto de cabidela.
Recife, 20-02-02. |