Áurea Beltrão, uma fonte de inspiração...
Ela fez diferença para o mundo
Pelo menos para o meu mundo,
Sinto falta das histórias e estórias
Sua maneira de contar um acontecido...
Inventada, modificada, mas real.
Sinto falta da minha amiga,
De longas conversas...
Dos almoços que preparava
Sinto falta do peixe ao coco
Feijão ao coco, arroz ao coco...
Tudo ao coco... era Sexta-feira Santa.
Dos pratos que fazia, aos domingos
Dos doces...
Sempre guardados com carinho
Para um visitante inesperado.
Sinto falta do sorriso,
e do olhar debochado
Do pentinho no cabelo,
Que vivia penteando,
Da blusa nos ombros...
Do cigarro de palha,
Das nossas risadas
Da cadeira de balanço...
Mulher de fibra, forte
Superou todas as vicissitudes
Que a vida lhe impôs.
Não era de reclamar, nunca...
Ficava chateada, mas não reclamava
Vivia alegre e de bom humor
Tinha sempre um comentário a fazer,
Sobre qualquer coisa...
E era sempre muito engraçado.
Ela gostava do meu travesseiro,
Que não empresto a ninguém.
Mas quando ficou doente,
Eu o emprestei a ela...
Precisava mais dele do que eu.
Se foi...
e sei que sabia ter feito tudo.
Tudo o quanto pode
Dentro de suas tradições
De suas limitações,
Mas com tenacidade,
Amor e alegria
Que saudade, minha amiga...
Rosy Beltrão
15/04/01 11:00 h
(este poema é dedicado a minha sogra, Áurea Beltrão de Castro)
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